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Publicado em 28 de julho de 2025 às 15h10.
A receita do orçamento público geral da China no primeiro semestre de 2025 somou 11,56 trilhões de yuans, apresentando uma queda de 0,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse resultado marca uma desaceleração de 0,8 ponto percentual em relação ao primeiro trimestre. As despesas, por outro lado, atingiram 14,13 trilhões de yuans, com um aumento de 3,4% na comparação anual.
Apesar do recuo na arrecadação no acumulado do semestre, a arrecadação tributária chinesa apresentou crescimento contínuo a partir de abril de 2025.
A receita tributária totalizou 9,29 trilhões de yuans, uma queda de 1,2% na comparação anual. No entanto, a arrecadação mensal cresceu por três meses consecutivos. Entre os principais tributos, como imposto sobre valor agregado, imposto sobre consumo doméstico e imposto de renda pessoal, observou-se um avanço constante.
A receita proveniente de setores específicos também apresentou alta. Empresas de equipamentos ferroviários, navais e aeroespaciais viram aumentos de 32,2%, 9,2% e 6,3%, respectivamente.
Já o setor de pesquisa científica e serviços técnicos registrou um aumento de 13,8%. Esses dados indicam uma melhoria gradual na qualidade e eficiência da indústria, associada à reestruturação econômica e ao avanço de novas tecnologias.
Em termos regionais, 27 das 31 províncias chinesas relataram crescimento na arrecadação. As receitas dos orçamentos locais subiram 1,6%, reforçando os sinais de resiliência econômica em diferentes partes do país.
As despesas do governo refletiram um esforço em intensificar políticas fiscais voltadas ao bem-estar social. No primeiro semestre, os gastos com previdência e emprego subiram 9,2%, enquanto educação, saúde e ciência e tecnologia registraram aumentos de 5,9%, 4,3% e 9,1%, respectivamente. Esse aumento no investimento social alinha-se à diretriz de ampliar a proteção social e estimular o consumo das famílias.
O governo também elevou o valor mínimo da pensão básica em 20 yuans por mês para residentes urbanos e rurais e aumentou os subsídios federais. Mais de 300 milhões de idosos devem ser beneficiados com a medida.
A emissão de títulos públicos teve papel fundamental no estímulo ao investimento. Foram lançados 658,3 bilhões de yuans em títulos especiais de longo prazo voltados à construção de projetos estratégicos, além de 500 bilhões de yuans destinados à capitalização de quatro grandes bancos estatais.
Os governos locais emitiram 2,6 trilhões de yuans em novos títulos para financiar obras de infraestrutura e projetos prioritários, ampliando a capacidade de alavancar investimentos.
Em relação à gestão da dívida pública, o governo chinês avançou com a emissão de 1,8 trilhão de yuans de títulos de substituição, o que reduziu a pressão sobre os caixas locais, aliviou o pagamento de juros e liberou recursos para outras prioridades, como salários, educação e saúde.
Apesar dos resultados positivos, o cenário fiscal ainda enfrenta desafios. A combinação de incertezas internas e externas coloca pressão no equilíbrio das contas públicas. No segundo semestre de 2025, o governo deverá acelerar a execução do orçamento e adotar medidas adicionais conforme a evolução da economia.
A prioridade continuará sendo o apoio ao emprego, às empresas e à renda das famílias, com foco na otimização dos gastos públicos, aumento dos investimentos em políticas sociais e fortalecimento do consumo interno.
O Relatório de Trabalho do Governo de 2025 já previa uma política fiscal mais ativa, e os resultados no primeiro semestre confirmam a efetividade dessa abordagem. A expectativa é que, com a continuidade dessa política, a China consiga cumprir suas metas de desenvolvimento econômico e social ao longo do ano.