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China a Trump: único modo de cooperar é respeitando status quo

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lu Kang, disse que acredita que os EUA manterão seu compromisso com esse princípio

China: "Somente assim podemos garantir a continuidade do desenvolvimento" (Toby Melville / Reuters)

China: "Somente assim podemos garantir a continuidade do desenvolvimento" (Toby Melville / Reuters)

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EFE

Publicado em 5 de dezembro de 2016 às 09h15.

Pequim/Taipé - O governo da China advertiu nesta segunda-feira o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que a única maneira de manter a atual cooperação entre os dois países é se Washington respeitar o princípio de uma "única China".

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lu Kang, disse que acredita que os EUA manterão seu compromisso com esse princípio, pelo qual o único governo chinês reconhecido pelo governo americano é o de Pequim, o que afasta Washington das aspirações independentistas de Taiwan.

"Somente assim podemos garantir a continuidade do desenvolvimento da cooperação de benefício mútuo entre ambas as partes", advertiu Lu em entrevista coletiva, após o recente contato telefônico de Trump com a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen.

Após a conversa entre Trump e Tsai na sexta-feira, que rompeu quase quatro décadas de política externa cuidadosa dos Estados Unidos em relação à China, Pequim apresentou uma queixa formal às "partes relevantes" americanas, mas o porta-voz descartou hoje oferecer mais detalhes.

Lu se limitou a assinalar que o regime chinês apresentou seu protesto em Pequim e em Washington e, diante da insistência dos jornalistas, considerou que é fácil decifrar "quem é a parte relevante".

"Acredito que a parte americana, incluída a equipe de transição do senhor Trump, tem claro conhecimento de nossa postura", assegurou o porta-voz, sem mencionar quais os contatos que foram realizados entre o governo chinês e o presidente eleito.

O porta-voz também não quis comentar os "tweets" publicados por Trump no domingo, nos quais o magnata investiu novamente contra a China em meio às críticas que recebeu por seu contato com a líder taiuanesa na última sexta-feira.

"Não temos nenhum comentário sobre o que motivou Trump a publicar esses tweets", comentou Lu.

A conversa telefônica entre Trump e Tsai provocou o primeiro conflito diplomático com a China e gerou otimismo em Taiwan, que hoje pediu ao governo chinês que não reagisse de forma exagerada a esse contato.

A busca de melhores laços com os Estados Unidos não vai contra o compromisso de paz e estabilidade nas relações com a China, disse hoje em uma entrevista coletiva improvisada a ministra do Conselho de Assuntos da China Continental (CACC) de Taiwan, Chang Hsiao-yueh, antes de participar de um comitê parlamentar.

O governo taiuanês não tem a mais mínima intenção de voltar "ao caminho anterior de antagonismo" com a China e não se unirá a um país para atacar outro, acrescentou Chang, em referência ao fato de que a ilha não voltará à política de enfrentamento com a China, como durante a presidência de Chen Shui-bian (2000-2008), e que não vai colaborar com os Estados Unidos contra os interesses da China.

O telefonema de felicitação da presidente de Taiwan a Trump não deve ser visto pela China como algo incomum, disse Chang.

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