Mundo

Chilenas ocupam mina de carvão contra perda de empregos

Grupo de 33 mulheres, em alusão aos 33 mineiros resgatados há 1 mês, reclamam do fim de empregos temporários

As 33 mulheres ameaçam permanecer na mina Chiflón del Diablo em greve de fome (Camila Lasalle Ramirez/AFP)

As 33 mulheres ameaçam permanecer na mina Chiflón del Diablo em greve de fome (Camila Lasalle Ramirez/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de novembro de 2010 às 09h16.

Brasília - Um grupo de 33 mulheres chilenas, usando macacões e capacetes de mineiros, protestam desde ontem (16) no Chile por causa do fim de empregos temporários. As mulheres, que se passaram por turistas, estão alojadas em uma antiga mina de carvão chamada de Chiflón del Diablo, localizada na região de Lota, a cerca de 500 quilômetros de Santiago (a capital chilena). O protesto ocorre um mês depois que 33 mineiros foram resgatados depois de 70 dias soterrados em outra mina no Norte do país.

As mulheres foram empregadas provisoriamente no Corpo Militar de Trabalho. O grupo foi criado para prestar apoio social depois do pior terremoto e tsunami registrados no Chile, em 27 de fevereiro deste ano. O programa empregou homens e mulheres nas áreas atingidas em todo país. As informações são da rede estatal de televisão chilena, TVN.

As manifestantes prometem fazer greve de fome e continuar no local, se não houver respostas do governo. “Se não tivermos resposta alguma, vamos começar uma greve de fome por tempo indeterminado”, avisou a porta-voz do grupo, Cecília Bustos. “Queremos apenas recuperar um trabalho digno. É a única coisa que reivindicamos”, disse Leslie Ramos, uma das manifestantes.

Na tentativa de buscar um acordo com as manifestantes, foram nomeados representantes da Igreja Católica da região de Concepción e da Prefeitura de Bío-Bío. As duas áreas foram as que mais sofreram com o terremoto de fevereiro. A previsão é que hoje (17) ocorra uma reunião entre as autoridades e as manifestantes.

O terremoto que atingiu o país em fevereiro foi um dos mais graves da história do Chile ao alcançar 8,8 graus de magnitude e matar mais de 500 pessoas. Estradas, prédios públicos e privados foram destruídos.

No mês passado, o governo do presidente do Chile, Sebastián Piñera, concretizou uma operação de resgate de 33 mineiros que ficaram soterrados a 700 metros de profundidade, na Mina de San José, no Deserto de Atacama no Norte do país. O resgate dos trabalhadores virou assunto no mundo inteiro, pois foi transmitido ao vivo pela rede estatal de televisão. Todos os mineiros foram retirados com vida, embora mais magros.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaChileEmpregosPolítica no BrasilProtestos

Mais de Mundo

Sobe para quatro o número de militares iranianos mortos em ataque israelense

Washington Post anuncia que não vai mais apoiar candidaturas presidenciais

Vizinhos condenam ataque de Israel ao Irã, e potências ocidentais advertem Teerã contra retaliação

Governo brasileiro condena ataque de Israel contra o Irã e pede cessar-fogo