Mundo

Chile pede explicações a embaixador peruano por crise na fronteira

A crise se agravou nesta sexta, 28, porque Pascual Güisa, prefeito de Tacna, cidade peruana na fronteira com o Chile, descreveu o presidente chileno, Gabriel Boric, como "irresponsável"

Gabriel Boric, presidente do Chile (Anna Moneymaker/Getty Images)

Gabriel Boric, presidente do Chile (Anna Moneymaker/Getty Images)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 29 de abril de 2023 às 10h10.

Era questão de tempo para que o endurecimento das regras migratórias no Peru provocasse uma crise diplomática com o Chile. Um dia depois de a presidente peruana, Dina Boluarte, restringir a entrada de estrangeiros, o chanceler chileno, Alberto van Klaveren, convocou o embaixador peruano em Santiago, Jaime Pomareda, para pedir explicações.

A crise se agravou nesta sexta, 28, porque Pascual Güisa, prefeito de Tacna, cidade peruana na fronteira com o Chile, descreveu o presidente chileno, Gabriel Boric, como "irresponsável". "Não devemos permitir que uma pessoa irresponsável, como o presidente do Chile, transfira os problemas de uma fronteira para outra", disse Güisa.

Pressionado internamente, Boric endureceu as regras migratórias primeiro, o que levou muitos imigrantes venezuelanos e haitianos a deixarem o Chile. Percebendo um aumento do fluxo de estrangeiros vindos do sul, em direção a Tacna, Dina decretou estado de emergência e militarizou as fronteiras.

Crise humanitária

A presidente do Peru culpa os imigrantes pelo aumento da criminalidade e faturou politicamente com a decisão de endurecer a entrada de estrangeiros. Mas criou uma crise humanitária, porque cerca de 200 pessoas acabaram presas na fronteira, sem conseguir entrar no Peru ou voltar para o Chile.

Os imigrantes reclamam que estão presos no meio do deserto, sob sol, frio e sem assistência médica, água ou comida. O impasse já preocupa a [SE CONCENTRO]Agência da ONU para Refugiados (Acnur), que alertou para a deterioração da situação humanitária na cidade de Tacna, na quinta-feira.

Um grupo de imigrantes mais exaltado entrou em confronto com a polícia peruana, chegou a romper uma barreira e entrar no Peru, mas foi detido pela tropa de choque enviada para auxiliar os guardas na fronteira.

Ontem, o chanceler chileno reconheceu que o estado de emergência decretado no Peru "aumentou a pressão" na fronteira norte. "Há um problema humanitário importante. Precisamos da ajuda de organizações internacionais com experiência neste assunto", disse Klaveren.

Militarização

Ontem, o governo peruano enviou soldados para dar apoio à polícia na fronteira. "As Forças Armadas atuarão para garantir o cumprimento das regras de segurança e das leis", disse o ministro da Defesa do Peru, Jorge Chávez. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Acompanhe tudo sobre:ChilePeruAmérica Latina

Mais de Mundo

Sobe para 25 o número de mortos em explosões de walkie-talkies do Hezbollah

Exército do Líbano detona dispositivos de comunicação 'suspeitos' após onda de explosões

Parlamento Europeu reconhece Edmundo González Urrutia como presidente eleito da Venezuela

Colômbia suspende diálogo com ELN após ataque a base militar