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Chile: estudantes desafiam o governo e voltam às ruas

Segundo autoridades, manifestações reuniram 30 mil pessoas; organizadores afirmam que 80 mil compareceram

Veículo da polícia lança jatos d'água contra manifestantes em Santiago, no Chile (Martin Bernetti/AFP)

Veículo da polícia lança jatos d'água contra manifestantes em Santiago, no Chile (Martin Bernetti/AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de julho de 2011 às 18h13.

Santiago - Estudantes chilenos voltaram a desafiar o governo nesta quinta-feira e fizeram uma grande marcha pelas ruas de Santiago, pelo fortalecimento do ensino público. Os participantes voltaram a passar pelo palácio do governo, apesar de uma proibição.

Pela terceira vez, em menos de um mês, milhares de estudantes, professores, pais e crianças ocuparam várias quadras da Avenida Alameda, no centro da capital, numa manifestação colorida, e que, tal como aconteceu nas outras duas veces, derivou, no final, em incidentes com a polícia.

Segundo as autoridades, a passeata reuniu 30.000 pessoas; para os organizadores, a participação chegou a 80.000.

Ao contrário das manifestações de 14 e 30 de junho, não havia autorização oficial para passar diante da sede do governo.

A convocação foi feita por líderes da Confederação de Trabalhadores do Chile (Confech) e do Colégio de Profesores, com concentração prevista na 'Plaza Italia'.

Quando a marcha já estava bem avançada, longe do palácio presidencial, foram registrados confrontos, com a polícia usando gás lacrimogêneo e jatos d'água. Os manifestantes responderam com pedradas e paus, comprovou a AFP.

Ainda não se sabe o número oficial de detidos, mas um agente ficou gravemente ferido na explosão de um coquetel Molotov.

Segundo o subsecretário do Interior, Rodrigo Ubilla, "eles estão brincando com fogo. A marcha não foi autorizada", assinalou.

"Vimos os líderes numa posição intransigente. Os estudantes têm que compreender que a rua não é só deles", afirmou por sua vez a porta-voz oficial do Executivo, Ena von Baer.

"Convocamos há dias para a manifestação na 'Plaza Italia'. Não entendemos por que tentaram mudar o nosso ponto de encontro. Isso para nós representa uma dificuldade tremenda", explicou o líder estudantil, Giorgio Jackson.

Segundo ele, todos defenderam o fortalecimento da educação pública, num país que prevê um crescimento de mais del 6% para este ano, mas onde o Estado tem um papel secundário no sistema educativo, herdado da ditadura de Augusto Pinochet, que reduziu para menos da metade o aporte público à educação.

A manifestação foi convocada 10 dias depois de o presidente Sebastián Piñera propôr um 'Grande acordo Nacional da Educação', que inclui um fundo de 4 bilhões de dólares, mas que não trará uma reforma profunda para o sistema, tal como o desejam os estudantes.

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