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Chile e Argentina chegam a acordo para troca de órgãos

Acordo permitirá a troca entre ambos países de órgãos doados, segundo anunciou ministro da Saúde chileno, Jaime Mañalich

Acordo será assinado durante a visita que a presidente argentina, Cristina Kirchner, realizará ao país (Alejandro Pagni/AFP)

Acordo será assinado durante a visita que a presidente argentina, Cristina Kirchner, realizará ao país (Alejandro Pagni/AFP)

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Da Redação

Publicado em 8 de março de 2012 às 19h59.

Santiago - Chile e Argentina assinarão na próxima semana um acordo que permitirá a troca entre ambos países de órgãos doados, anunciou nesta quinta-feira o ministro da Saúde chileno, Jaime Mañalich.

O acordo, que pode começar a vigorar no dia 1º de abril, será assinado durante a visita que a presidente argentina, Cristina Kirchner, realizará nos dias 15 e 16 de março ao Chile, antecipou Mañalich à imprensa.

Esta iniciativa beneficiará especialmente o Chile, porque Argentina tem uma população e uma taxa de doações maiores, de acordo com o ministro chileno.

A Argentina, com 30 milhões de habitantes, alcançou em 2011 uma taxa de 15,06 doadores por cada milhão de habitantes, enquanto o Chile, de 17 milhões de habitantes, teve uma taxa de 6,5 doadores, informaram à Agência Efe fontes da Coordenadoria Nacional de Transplante.

O convênio está focado especialmente nas crianças. 'Muitas vezes, o problema crucial é a compatibilidade de tamanho entre o receptor e um doador de determinada idade. Em adultos, as restrições são menores', explicou Mañalich.

O objetivo 'é compartilhar listas de espera, ou seja, que pacientes que estão em lista de espera na Argentina possam receber um órgão do Chile quando em nossa lista de espera não houver alguém adequado para recebê-lo e vice-versa', acrescentou.

A ideia é a criação de um livre trânsito de órgãos, não de receptores, já que os transplantes serão realizados onde estiver o paciente.


Em princípio, o convênio se concentrará em transplantes de fígado, para incorporar depois outros órgãos.

O governo chileno já assinou em fevereiro de 2010 um convênio similar com o Uruguai para facilitar a troca de órgãos e tecidos destinados a transplantes, e de cientistas e técnicos para sua especialização.

A baixa taxa de doadores no Chile é um problema neste país, o que provocou a promulgação em 2010 da Lei do Doador Universal, que transformou em doadores de órgãos todos os chilenos maiores de 18 anos, com exceção daqueles que se oponham por escrito.

Porém, o elevado número de pessoas que se negaram a serem doadores levou o governo atual a endurecer os requisitos para opor-se à lei.

Os dados do Registro Civil indicam que até o último dia 4 de janeiro 2.140.709 pessoas haviam manifestado sua vontade de não ser doadores.

Segundo a Coordenadora Nacional de Transplante, a lista de pacientes à espera de um órgão ascende atualmente a cerca de 1,6 mil pessoas, das quais 1,3 mil requerem um rim, 200 um fígado e as restantes esperam coração e pulmão.

Além disso, em 2011 o total de doadores chegou a 113, acima dos 92 registrados em 2010 e dos 111 registrados em 2009.

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