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Chevron quer desbancar ExxonMobil e assumir projeto bilionário de petróleo na Guiana

Irfaan Ali, presidente da Guiana, está preocupado com a concorrência pelo petróleo da região

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 28 de maio de 2024 às 07h07.

O presidente da Guiana, Irfaan Ali, afirmou que receberia de bom grado a entrada da Chevron no consórcio liderado pela ExxonMobil, que opera o projeto de petróleo offshore do país, avaliado em mais de R$ 772,5 bilhões (US$ 150 bilhões), de acordo com o Financial Times. Segundo Ali, essa movimentação pode ser benéfica para o desenvolvimento dos recursos do país, mas também levantou preocupações sobre a concorrência caso a Exxon aumente sua participação no projeto.

Em outubro, a Chevron ofereceu R$ 273 bilhões (US$ 53 bilhões) para adquirir a Hess, que detém 30% do Bloco Stabroek, uma das descobertas de petróleo mais lucrativas das últimas décadas. A Exxon, atualmente com 45% de participação, apresentou uma reclamação de arbitragem, alegando ter direito de preferência para comprar a participação da Hess, o que poderia aumentar seu controle sobre o projeto.

Votação crucial

Ali expressou que, embora não esteja "nervoso" sobre a Exxon aumentar sua participação, a consolidação excessiva pode causar preocupações. Ele ressaltou a importância de atrair grandes operadores dos EUA para o consórcio, beneficiando a Guiana com a experiência dessas empresas.

O acordo da Chevron-Hess enfrenta uma votação crucial dos acionistas da Hess. Consultores de procuração têm opiniões divergentes: o Institutional Shareholder Services pediu abstenção até mais detalhes emergirem, enquanto Glass Lewis recomendou votar a favor. Três acionistas, incluindo HBK Capital Management, declararam que se absterão, o que poderá tornar a votação bastante apertada.

Ali foi criticado por não renegociar o acordo de partilha de produção do Stabroek, considerado excessivamente favorável à Exxon. Ele justificou que manter a "santidade do contrato" é crucial para evitar danos ao setor petrolífero da Guiana.

Além das questões de arbitragem, o presidente destacou que a entrada de novos parceiros, como a Chevron, poderia trazer benefícios significativos ao país, reforçando a necessidade de equilíbrio e transparência no setor.

Essas declarações de Ali acontecem em um momento em que a política da Guiana está sob escrutínio, com vários presidentes anteriores enfrentando dificuldades para completar seus mandatos devido a crises políticas e econômicas.

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