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Chegada de tropas africanas ao Mali coincide com recuo

Um primeiro contingente de 100 soldados nigerianos e de 300 do Togo já desembarcou na capital do país à espera do restante das forças


	Soldados malineses: "A ajuda das tropas especiais francesas pesou muito para inclinar a balança para o nosso lado", disse uma fonte.
 (Joe Penney/Reuters)

Soldados malineses: "A ajuda das tropas especiais francesas pesou muito para inclinar a balança para o nosso lado", disse uma fonte. (Joe Penney/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 18 de janeiro de 2013 às 15h09.

Bamaco - Os primeiros soldados das forças africanas da missão internacional de apoio a Mali (Afisma) começaram a chegar ao país, coincidindo com a recuperação, por parte de tropas malinesas e francesas, das cidades de Kona e Diabali, que tinham sido tomadas pelos rebeldes salafistas que controlam desde junho o norte do país.

Um primeiro contingente de 100 soldados nigerianos e de 300 do Togo já desembarcou na capital do país à espera do restante das forças, que terão um total de 3.300 combatentes, confirmou à Agência Efe o serviço de informação do exército malinês.

O capitão Modibo Nama explicou que o fim de semana será determinante para a chegada de tropas de Burkina Fasso e Níger.

Em entrevista coletiva, o presidente do Comitê de Chefes do Estado-Maior dos países da Comunidade Econômica de Estados de África Ocidental (Cedeao), Hamed Bakayoko, disse que as tropas de Burkina Fasso, Togo e Nigéria completarão sua chegada entre hoje e a próxima terça-feira.

O desembarque dos primeiros soldados da Afisma, com a qual até o momento se comprometeram também Chade, Benin e Senegal, ocorre dois dias depois da reunião dos chefes do Estado-Maior dos países da Cedeao para "harmonizar suas posições". Além disso, acontece um dia antes da reunião extraordinária, em Abidjan, dos chefes de Estado da Cedeao, que analisarão o envio dos 3.300 soldados da Afisma.

"Queremos abordar rapidamente o envio das tropas para apoiar o exército malinês, mas também para passar à fase de ajuda humanitária e reforçar o processo político", declarou o presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara.


Hoje, o vice-prefeito da cidade de Kona, no centro-leste do Mali, Mohammed Touré, confirmou à Efe a libertação total da cidade cujo controle era disputado há uma semana pelos grupos rebeldes que controlam o norte do país e as forças do governo, apoiadas por tropas francesas.

Em conversa por telefone, Touré explicou que as forças militares apoiadas pela França libertaram a cidade ontem, às 18h locais (15h de Brasília).

"Terminou, finalmente somos livres", ressaltou o vice-prefeito de Kona, cidade que em 10 de janeiro caiu em poder do Ansar al Din, grupo salafista que lidera a insurgência nas províncias setentrionais do país desde junho.

Além de Kona, a outra grande cidade do país que chegou a ser dominada pelos rebeldes, Diabali, a 400 quilômetros ao norte da capital Bamaco, também foi recuperada pelos soldados malineses e franceses.

Um militar em campo que pediu para não ser identificado reconheceu à Efe a importância da intervenção das tropas francesas, que prestam socorro ao exército malinês há uma semana.

"A ajuda das tropas especiais francesas pesou muito para inclinar a balança para o nosso lado", disse a fonte.


O Mali está imerso em uma profunda crise desde o dia 22 de março, quando um golpe de Estado cometido por membros do exército malinês depôs o presidente eleito democraticamente, Amado Toumani Touré, acusado de ser incapaz de conter o levante armado touaregue que tinha começado dois meses antes.

Aproveitando a confusão que se seguiu ao levante, o Movimento Nacional de Libertação de Azawad (MNLA) assumiu o controle das províncias setentrionais de Gao, Kidal e Tombuctu.

No entanto, o grupo salafista Ansar al Din, com o apoio de grupos terroristas como a Al Qaeda no Magreb Islâmico (AQMI) e o Monoteísmo e Jihad na África Ocidental (MYAO) acabaram se impondo pela força ao MNLA e, em junho, tomaram o controle das principais cidades do norte.

No último dia 7, estes grupos lançaram uma ofensiva contra o sul, que está sob influência do governo de Bamaco, que o exército foi incapaz de conter até a intervenção da França na sexta-feira passada.

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