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Estado Islâmico chega em cidade síria e desencadeia combates

Defensores curdos e militantes do Estado Islâmico entraram em confronto nas ruas da cidade fronteiriça de Kobani

Sírios curdos recém-chegados à Turquia em caminhão fugindo da cidade de Kobani, na fronteira Síria-Turquia (Umit Bektas/Reuters)

Sírios curdos recém-chegados à Turquia em caminhão fugindo da cidade de Kobani, na fronteira Síria-Turquia (Umit Bektas/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de outubro de 2014 às 18h12.

Mursitpinar - Defensores curdos e militantes do Estado Islâmico que avançaram sobre Kobani nesta segunda-feira, depois de sujeitarem a cidade fronteiriça síria a um cerco de quase três semanas, entraram em confronto nas ruas da cidade, informou um grupo de monitoramento.

Mais cedo, o Estado Islâmico hasteou sua bandeira negra no topo de um edifício nos arredores e forçou milhares de habitantes majoritariamente curdos de Kobani a fugir pela divisa próxima com a Turquia para se salvarem.

Os combatentes do grupo sunita radical avançaram cerca de 100 metros em direção ao lado leste da cidade, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, que tem sede em Londres e monitora a guerra na Síria por meio de suas fontes no local.

“A batalha agora tomou as ruas, está acontecendo dentro da cidade, no lado leste”, declarou Rami Abdelrahman, chefe do Observatório.

O Estado Islâmico quer tomar Kobani para consolidar sua ocupação fulminante de territórios no norte do Iraque e da Síria em nome de uma versão absolutista do islamismo sunita que está abalando o Oriente Médio.

Os ataques aéreos de aviões de guerra dos Estados Unidos e de países do Golfo Pérsico não conseguiram conter o avanço do Estado Islâmico sobre Kobani, que a facção cercou por três lados e submeteu a uma artilharia pesada.

Forçados a fugir pelos combates recentes, moradores assustados cruzaram para a Turquia por Yumurtalik, um posto de fronteira improvisado, e ambulâncias com as sirenes ligadas iam e voltavam entre a cidade síria e a Turquia.

“Podemos ouvir o som dos combates na rua”, disse Parwer Ali Mohamed, tradutor do Partido de União Democrática Curda (PYD) à Reuters por telefone enquanto fugia.

“Mais de duas mil pessoas, incluindo mulheres e crianças, estão sendo retiradas. A polícia turca está verificando nossa bagagem agora”, relatou Ali.

Uma bandeira negra do Estado Islâmico era visível pela divisa turca no topo de um prédio de quatro andares próximo do cenário de um dos embates mais intensos dos últimos dias.

Bombas choveram sobre áreas residenciais de Kobani, e balas perdidas atingiram o território turco com frequência nos últimos dias, ferindo pessoas e danificando casas.

Durante o fim de semana, o Estado Islâmico também lutou aguerridamente pelo controle de Mistanour, uma colina estratégica com uma visão panorâmica de Kobani. Um vídeo divulgado pelo grupo no domingo parece mostrar seus combatentes no controle de torres de rádio no sopé, mas a filmagem não pôde ser autenticada.

O Partido Democrático do Povo, legenda turca pró-curda, pediu manifestações nas ruas da Turquia em protesto ao ataque do Estado Islâmico contra Kobani, onde a situação está “extremamente grave”.

CEMITÉRIO Militantes também realizaram dois atentados suicidas na cidade de Hasakah, no nordeste da Síria, informou o Observatório, matando pelo menos 30 pessoas.

“Os ataques visaram postos de verificação controlados por combatentes turcos na entrada oeste da cidade. Eles ocorreram com minutos de diferença”, declarou Abdelrahman.

“Se eles entrarem em Kobani, será um cemitério para nós e para eles. Não vamos deixá-los entrar em Kobani enquanto vivermos”, afirmou Esmat al-Sheikh, chefe da Autoridade de Defesa de Kobani, por telefone no início desta segunda-feira.

Até agora, a Turquia não se uniu à luta contra o Estado Islâmico nas proximidades de sua fronteira, a não ser pelos disparos contra os militantes do Estado Islâmico em resposta aos lançamentos de morteiros que caem em solo turco.

No fim de semana, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, prometeu retaliar se o Estado Islâmico atacar forças turcas, mas Ancara reluta em ajudar os curdos sírios próximos de Kobani por seu laços com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que a Turquia combate há três décadas.

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