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Chefe dos inspetores da AIEA surpreende ao anunciar renúncia

Tero Varjoranta era o encarregado máximo Agência Internacional de Energia Atômica para verificar o acordo nuclear com o Irã

Energia Atômica: diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano, nomeou como sucessor no cargo o italiano Massimo Aparo interinamente (Odd Andersen/AFP/AFP)

Energia Atômica: diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano, nomeou como sucessor no cargo o italiano Massimo Aparo interinamente (Odd Andersen/AFP/AFP)

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EFE

Publicado em 11 de maio de 2018 às 17h43.

Viena - O chefe dos inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Tero Varjoranta, máximo encarregado de verificar o acordo nuclear com o Irã, renunciou nesta sexta-feira de forma inesperada, informou à Agência Efe um porta-voz do organismo.

O finlandês Varjoranta, diretor-geral do Departamento de Salvaguardas da AIEA, "renunciou com efeito em 11 de maio de 2018", disse o porta-voz, sem dar mais informação sobre as causas da renúncia.

O porta-voz acrescentou que, imediatamente, o diretor-geral da AIEA, o japonês Yukiya Amano, nomeou como sucessor no cargo de forma interina o italiano Massimo Aparo, até agora diretor do Escritório de Verificação no Irã.

"O diretor-geral tem a intenção de nomear um novo diretor-geral assim que for possível, seguindo os procedimentos estabelecidos", indicou.

O porta-voz assegurou que o organismo "continuará fazendo as atividades de salvaguardas (de controles para evitar a proliferação de armas nucleares) de forma altamente profissional".

Em um breve comunicado em seu site, a AIEA informa que Aparo, um engenheiro atômico, trabalha para o Departamento de Salvaguardas desde 1997, e entre outros, e foi chefe da Iran Task Force.

A mudança de direção da equipe de investigadores atômicos acontece três dias depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a retirada de seu país do acordo nuclear com o Irã.

Varjoranta foi o máximo responsável da verificação do programa nuclear de Teerã desde outubro de 2013, uma tarefa que se intensificou após a assinatura em 2015 do acordo com o Irã, que inclui um amplo regime de controles.

Esse tratado, negociado durante quase dois anos a máximo nível entre o Irã e seis potências - EUA, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha -, prevê importantes limitações no programa nuclear iraniano para evitar o desenvolvimento de armamento atômico em troca da suspensão das sanções internacionais.

Após o anúncio de Trump, a AIEA afirmou que o Irã está sujeito ao regime de verificação mais robusto do mundo e que até o momento cumpriu com todos os compromissos adquiridos no Plano Integral de Ação Conjunta (JCPOA, o nome oficial do acordo nuclear).

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