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Chefe do Pentágono se reúne com rei saudita com Irã na mira

Mattis defendeu os esforços da Arábia Saudita, líder das monarquias petroleiras e potência sunita da região, para "restaurar a estabilidade" na região

Mattis: "Onde quer que se olhe" no Oriente Médio, "se há problemas, está o Irã", acusou o chefe do Pentágono (François Lenoir/Reuters)

Mattis: "Onde quer que se olhe" no Oriente Médio, "se há problemas, está o Irã", acusou o chefe do Pentágono (François Lenoir/Reuters)

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AFP

Publicado em 19 de abril de 2017 às 22h07.

O secretário americano de Defesa, Jim Mattis, reuniu-se nesta quarta-feira em Riad com líderes sauditas para fortalecer a aliança entre os dois países diante do Irã e suas atividades "desestabilizadoras" no Oriente Médio.

"Onde quer que se olhe" no Oriente Médio, "se há problemas, está o Irã", acusou o chefe do Pentágono, após reunir-se com o rei Salman, da Arábia Saudita, e o ministro da Defesa saudita, o poderoso príncipe-herdeiro, Mohamed ben Salman.

Mattis defendeu, ainda, os esforços da Arábia Saudita, líder das monarquias petroleiras e potência sunita da região, para "restaurar a estabilidade nesta região crucial do mundo".

"É do nosso interesse ver as forças armadas e a inteligência saudita fortes", declarou Jim Mattis à imprensa junto ao ministro saudita da Defesa, o poderoso vice-príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, já recebido por Donald Trump há um mês em Washington.

Os dirigentes sauditas se inquietam pela influência do Irã nos países árabes, que utilizaria as comunidades xiitas para afiançá-lo, como no Bahrein, no Líbano ou no Iêmen.

O Iêmen, país fronteiriço com a Arábia Saudita, em guerra civil há mais de dois anos, os rebeldes huthis (xiitas), apoiados por Teerã, enfrentam as forças pró-governamentais ajudadas por uma coalizão árabe liderada por Riad, que recebe apoio militar dos Estados Unidos.

"Temos que impedir o esforço do Irã para desestabilizar" o Iêmen e criar "uma nova milícia como o Hezbollah", a poderosa milícia xiita libanesa, declarou Mattis em Riad.

Mas não destacou se a nova administração americana reforçaria o apoio militar à coalizão árabe e insistiu no objetivo das negociações de paz.

Os Estados Unidos buscam "com que esta crise esteja nas mãos de uma equipe de negociadores sob a égide da ONU, que possa tentar encontrar uma solução política o mais rapidamente possível", afirmou.

A chegada à Casa Branca de Donald Trump, que não para de denunciar a "influência nefasta" do Irã no Oriente Médio, favorece os interesses de Riad.

Mattis mencionou a possibilidade de uma visita de Trump a Riad. "O que pudermos fazer aqui poderia abrir a porta a uma visita do nosso presidente à Arábia Saudita", declarou.

'Maior implicação contra o EI'

Washington impôs novas sanções a Teerã por realizar testes balísticos em fevereiro.

Os Estados Unidos também têm na mira as atividades dos rebeldes xiitas huthis no Iêmen, acusados de ameaçar a livre navegação no estratégico estreito de Bab al Mandeb, via de trânsito entre o Mar Vermelho e o Oceano Índico.

Eles acusam também o Irã de ter entregue armas aos huthis, mísseis em particular, que"ameaçam" esta rota crucial do comércio mundial.

O Irã tem como objetivo se tornar "o poder predominante" no Oriente Médio, declarou no mês passado ao Congresso americano o general Joseph Votel, chefe do Centro de Comando das Forças Americanas na região.

Autoridades do Pentágono são, no entanto, muito prudentes por enquanto sobre o que poderiam favor em favor da Arábia Saudita.

Washington espera que Riad aumente sua participação na campanha contra o grupo extremista Estado islâmico (EI) no Iraque e na Síria. Mattis sugeriu a possibilidade de que Riad participe com operações aéreas ou aumentando o esforço de ajuda humanitária.

A guerra contra o EI continua sendo a prioridade dos Estados Unidos, ressaltou.

Na quinta-feira, Mattis viajará para o Egito e na sexta-feira a Israel, onde se reunirá com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e com o titular da pasta da Defesa, Avigdor Lieberman. No sábado visitará o Catar.

Alguns especialistas conservadores americanos avaliam que os Estados Unidos devem trabalhar na criação de uma frente comum contra o Irã entre Israel e as monarquias do Golfo que, por enquanto, não têm relações diplomáticas com os israelenses.

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