Mundo

Chefe do executivo pede fim dos protestos em Hong Kong

Leung Chun-ying pediu ao movimento pró-democracia Occupy Central o fim das manifestações que sacodem a metrópole

Ônibus com mensagens de apoio aos manifestantes pró-democracia de Hong Kong (Philippe Lopez/AFP)

Ônibus com mensagens de apoio aos manifestantes pró-democracia de Hong Kong (Philippe Lopez/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2014 às 09h42.

Hong Kong - O chefe do executivo de Hong Kong, Leung Chun-ying, pediu nesta terça-feira ao movimento pró-democracia Occupy Central o fim "imediato" das manifestações que sacodem há três dias o centro financeiro da metrópole chinesa.

"Os fundadores do Occupy Central disseram, várias vezes, que se o movimento saísse do controle eles apelariam por seu fim. Peço hoje que respeitem seu compromisso e suspendam imediatamente sua campanha", declarou Leung Chun-ying após os choques registrados na noite de domingo entre manifestantes e a polícia.

Milhares de manifestantes pró-democracia mantinham nesta terça o desafio ao governo chinês e a exigência de mais liberdades políticas.

A campanha de desobediência civil na ex-colônia britânica se intensificou de forma espetacular no fim de semana e virou o episódio de violência urbana mais grave desde que o território foi devolvido à China, em 1997.

No domingo à noite e durante a madrugada de segunda-feira, a polícia usou gás lacrimogêneo (87 vezes em nove pontos diferentes) e spray de pimenta para dispersar os manifestantes, provocando cenas de caos pouco frequentes nas ruas de Hong Kong.

Em um aparente gesto de apaziguamento, o governo de Hong Kong anunciou na segunda-feira a retirada da polícia de choque das ruas, mas pediu em troca aos manifestantes "que liberem as ruas ocupadas o mais rápido possível, para dar passagem aos veículos de emergência e restabelecer os serviços de transporte público".

Na noite de segunda-feira, quase 20.000 pessoas estavam concentradas no bairro de Admiralty, perto da sede do governo.

Os ativistas pró-democracia também controlam três cruzamentos vitais da cidade, onde moram mais de sete milhões de pessoas.

Mais de 200 linhas de ônibus foram suspensas ou desviadas, o tráfego de bondes está afetado e várias estações de metrô permanecem paralisadas.

Além disso, escolas e empresas estão fechadas, o que prejudica a atividade nesta importante praça financeira e econômica.

Na segunda-feira, a Bolsa de Hong Kong fechou em baixa de 1,9% e analistas esperam volatilidade nos próximos dias.

Os manifestantes exigem que Pequim suspenda as restrições ao sufrágio universal em Hong Kong, um território que goza de mais liberdades políticas que o restante do país, como a liberdade de expressão e de manifestação.

O governo central anunciou em agosto que a próxima eleição do líder do Executivo de Hong Kong, em 2017, será realizada por sufrágio universal, mas que só poderão se candidatar dois ou três nomes aprovados por um comitê leal a Pequim.

Para os ativistas pró-democracia, esta condição é inaceitável.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaDemocraciaHong KongMetrópoles globaisProtestosProtestos no mundo

Mais de Mundo

Israel deixa 19 mortos em novo bombardeio no centro de Beirute

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA

Eleições no Uruguai: 5 curiosidades sobre o país que vai às urnas no domingo

Quais países têm salário mínimo? Veja quanto cada país paga