Mundo

Chefe do Comitê Olímpico dos EUA renuncia após escândalo

O grupo também anunciou novas reformas com objetivo de proteger seus atletas de abusos

EUA: o comitê havia resistido a pedidos para demitir Blackmun por conta do caso Nassar (Brian Snyder/Reuters)

EUA: o comitê havia resistido a pedidos para demitir Blackmun por conta do caso Nassar (Brian Snyder/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 28 de fevereiro de 2018 às 21h38.

Denver  - O presidente-executivo do Comitê Olímpico dos Estados Unidos (Usoc), Scott Blackmun, está renunciando por razões de saúde, informou a organização nesta quarta-feira, após meses de críticas por conta de um escândalo de abusos sexuais envolvendo o ex-médico da equipe norte-americana de ginástica Larry Nassar.

Em comunicado, o Usoc citou "contínuos problemas de saúde" de Blackmun relacionados a um câncer de próstata, para o qual tem recebido tratamento. O grupo também anunciou novas reformas com objetivo de proteger seus atletas de abusos.

O Usoc, que anunciou a mudança menos de uma semana após a Olimpíada de Inverno terminar em Pyeongchang, na Coreia do Sul, havia resistido a pedidos para demitir Blackmun por conta do caso Nassar.

Blackmun, de 60 anos, não compareceu à Olimpíada.

"Dada a atual situação de saúde de Scott, nós concordamos mutuamente que é no melhor interesse, tanto de Scott quanto do Usoc, que identifiquemos nova liderança para que possamos imediatamente endereçar as iniciativas urgentes à nossa frente", disse o presidente do Usoc, Larry Probst, em comunicado.

"O importante trabalho que Scott começou precisa continuar e irá exigir atenção especialmente vigorosa à luz dos abusos de décadas de Larry Nassar de atletas afiliados à Ginástica dos EUA", acrescentou Probst.

O comunicado não respondeu perguntas sobre se o escândalo de abusos sexuais teve algum papel na saída de Blackmun.

Nassar se declarou culpado por ter abusado de atletas mulheres sob o disfarce de tratamentos médicos e foi sentenciado a prisão perpétua. Autoridades dizem que Nassar abusou de mais de 260 mulheres, incluindo diversas medalhistas olímpicas de ouro. Quase 200 delas deram testemunhos durante audiências de sentença em Michigan mais cedo neste ano.

O escândalo fez com que o conselho de diretores inteiro da Ginástica dos EUA, órgão que rege o esporte no país, renunciasse, junto ao presidente e diretor atlético da Universidade do Estado de Michigan, onde Nassar também trabalhava.

Acompanhe tudo sobre:abuso-sexualAtletasEstados Unidos (EUA)

Mais de Mundo

Desabamento mata cinco trabalhadores em mina de ouro na Bolívia

Kiev descobre suposto esquema de corrupção relacionado a compras militares

Bombardeio do Exército de Mianmar contra mina de rubis deixa 13 mortos

Como Bukele conseguiu acumular tanto poder em El Salvador e tão rápido?