Coronavírus: equipe médica atua em hospital de Wuhan, China, epicentro do surto (China Daily/Reuters)
Reuters
Publicado em 18 de fevereiro de 2020 às 11h14.
Última atualização em 18 de fevereiro de 2020 às 11h16.
Pequim/ Xangai — O chefe do principal hospital da cidade chinesa de Wuhan, epicentro do surto de coronavírus, morreu por causa da doença nesta terça-feira, enquanto a epidemia impactava no desempenho das bolsas de valores de todo o mundo.
A televisão estatal chinesa disse que Liu Zhiming, diretor do Hospital Wuhan Wuchang, morreu às 10h30 (horário local), tornando-se o sétimo trabalhador da área de saúde a morrer por causa da doença. O hospital foi designado para tratar somente pacientes infectados pelo vírus.
O número de novos casos de infecção pelo novo coronavírus na China continental ficou abaixo de 2 mil pela primeira vez desde janeiro, mas o vírus ainda está longe de estar contido.
O número total de mortos na China saltou para 1.868, disse a Comissão Nacional de Saúde. Houve 1.886 novos casos confirmados, levando o total para 72.436.
O isolamento de cidades adotado pela China e duras restrições sobre viagens e movimentações limitaram a disseminação do vírus fora do epicentro, mas a um grande custo para a economia e para os negócios globais.
Dezenas de feiras comerciais e conferências industriais foram adiadas por causa das restrições às viagens e preocupações com a disseminação do vírus, potencialmente impedindo a concretização de bilhões de dólares em acordos.
A Apple tornou-se a última companhia a alertar para problemas, afirmando que não cumprirá sua meta de receita para o trimestre que se encerrará em março devido à queda na produção do iPhone e à menor demanda na China.
As bolsas de valores da Ásia registraram quedas e as ações em Nova York devem recuar dos níveis recordes recentes nesta terça por causa dessa notícia.
O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, disse que a economia do país está em situação de emergência e necessita de estímulo, já que a epidemia impactou a demanda por bens sul-coreanos.
Cingapura anunciou um pacote financeiro de 4,5 bilhões de dólares para ajudar a conter o surto na cidade-Estado e amenizar o impacto econômico.
Em Hong Kong, a líder do território, Carrie Lam, disse que o governo local vai aumentar a ajuda para lidar com o surto para 28 bilhões de dólares de Hong Kong (3,6 bilhões de dólares), ante 25 bilhões de dólares de Hong King, enquanto o território se esforça para amenizar o impacto econômico no território comandado pela China.