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Número 3 do Vaticano é acusado de abuso sexual

O australiano de 76 anos é a autoridade de maior ranking do Vaticano a enfrentar acusações desse tipo, que são constantes para a Igreja Católica. Ele nega

George Pell: ele deve comparecer a uma corte em Melbourne em 18 de julho (Tony Gentile/Reuters)

George Pell: ele deve comparecer a uma corte em Melbourne em 18 de julho (Tony Gentile/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de junho de 2017 às 09h16.

Última atualização em 29 de junho de 2017 às 15h23.

Melbourne - O cardeal George Pell, Ministro das Finanças do Vaticano, foi acusado nesta quinta-feira múltiplos abusos sexuais de menores ocorridos décadas atrás na Austrália.

O australiano de 76 anos é a autoridade de maior ranking do Vaticano a enfrentar acusações do tipo, uma quase constante para a Igreja Católica nas últimas duas décadas. Ele deve comparecer a uma corte em Melbourne em 18 de julho, afirmou hoje o vice-comissário de polícia do Estado de Victoria, Shane Patton.

Em Roma, Pell afirmou à imprensa que era "inocente de todas as acusações" e que voltaria à Austrália para limpar seu nome. O cardeal afirmou que o Papa Francisco, com quem discutiu o assunto no dia anterior, deixou que ele se afastasse de suas funções.

O porta-voz do Vaticano, Greg Burke, afirmou que o pontífice estava triste com as acusações e elogiou os esforços do australiano contra o abuso sexual no país, bem como seu trabalho no Vaticano, onde ele impressionou Francisco pela sua honestidade.

No ano passado, o papa afirmou a repórteres que não iria comentar o caso "até que a Justiça corresse seu curso".

O Vaticano e outros líderes da igreja Católica têm confrontado escândalos de abuso sexual desde 2002. Em 2014, Francisco instituiu uma comissão para investigar o problema, presidida pelo cardeal de Boston Sean O'Malley, em 2014, mas o trabalho tem sido marcado pela controvérsia.

Uma das duas vítimas que compunham o painel deixou-o no ano passado após criticar o papa, enquanto o outro se retirou este ano em protesto contra a falta de ação do Vaticano em relação ao problema.

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