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Chefe de comitê diz que não há provas de complô Rússia-EUA

Republicano afirmou que não há nenhuma prova de um suposto complô entre a Rússia e a campanha de Donald Trump

Grafite de Putin e Trump: Congresso americano começa a debater suposta interferência russa amanhã (Petras Malukas/AFP)

Grafite de Putin e Trump: Congresso americano começa a debater suposta interferência russa amanhã (Petras Malukas/AFP)

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EFE

Publicado em 19 de março de 2017 às 16h14.

Washington - O chefe do Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, o legislador republicano Devin Nunes, afirmou neste domingo que não há nenhuma prova de um suposto complô entre a campanha do agora presidente Donald Trump e a Rússia durante o processo eleitoral de 2016.

Em uma entrevista à emissora "Fox", Nunes foi perguntado diretamente se viu alguma evidência de um suposto esquema com o objetivo de interferir nas eleições presidenciais de novembro do ano passado nos EUA e favorecer Trump.

"Darei uma resposta muito simples: Não", respondeu Nunes.

Por sua vez, o legislador Adam Schiff, líder democrata no Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes, disse à rede "NBC" que há, sim, "evidência circunstancial" sobre a conivência da campanha de Trump com a Rússia.

"Precisamos saber se a evidência circunstancial de conivência e a evidência direta de engano é indicativa de (algo) mais", defendeu Schiff.

As declarações de Nunes e Schiff chegam um dia antes da primeira audiência pública no Congresso sobre a suposta interferência russa nas eleições americanas, que será realizada exatamente no Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes.

O Comitê é o responsável por apurar se houve ingerência do governo russo nas eleições de novembro, investigação à qual Trump solicitou que também fossem incluídas as supostas práticas de escuta ilegal das quais teria sido vítima realizadas, segundo ele, pelo Executivo de seu antecessor, Barack Obama (2009-2017).

Até agora, tanto Nunes como os líderes da Comissão de Inteligência do Senado asseguraram que não têm provas de que o governo Obama tenha interceptado as comunicações da Trump Tower, onde o agora presidente vivia e trabalhava durante a campanha eleitoral.

O Departamento de Justiça entregou na última sexta-feira um dossiê aos comitês de inteligência da Câmara dos Representantes e do Senado com informações sobre essa suposta espionagem a Trump ordenada por Obama.

A esse respeito, Nunes insistiu durante a entrevista com a "Fox" que, da mesma forma que garantiu há poucos dias, ainda não viu nenhuma evidência do suposto grampo telefônico denunciado por Trump.

No entanto, o presidente se manteve firme em sua acusação e, durante uma entrevista coletiva na Casa Branca junto à chanceler alemã, Angela Merkel, disse que ambos têm "algo em comum": terem sido espionados por ordem de Obama.

O comentário de Trump foi uma referência à revelação em 2013 de que um telefone celular de Merkel foi grampeado pela Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) entre 2002 e 2012, período que inclui parte dos mandatos de George W. Bush e de Obama.

Além disso, em entrevista na última quarta-feira para a "Fox", Trump afirmou que "grampear um telefone abrange muitas coisas" e que "algumas coisas muito interessantes vão acontecer nas próximas duas semanas", algo que, segundo a Casa Branca, significa que serão divulgadas mais informações sobre a acusação contra Obama. EFE

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