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Chefe das Farc diz que não concluirá negociação em 2014

Segundo líder, negociações com a Colômbia não irá acabar neste ano porque as partes ainda têm diferenças em questões complexas

Presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, durante cerimônia em Bogotá (Jose Miguel Gomez/Reuters)

Presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, durante cerimônia em Bogotá (Jose Miguel Gomez/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 11 de agosto de 2014 às 23h07.

Bogotá - As negociações de paz entre as Farc e o governo da Colômbia não vão acabar neste ano porque as partes ainda têm diferenças em questões complexas na negociação para tentar encerrar o conflito de mais de meio século, disse o líder do grupo rebelde.

O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, que foi reeleito em junho com a promessa de acabar com o conflito interno violento, tinha dito no início deste ano que o processo de paz, que ocorre em Cuba, poderia ser concluído neste ano.

Mas o líder guerrilheiro Rodrigo Londoño, conhecido como "Timoshenko", não foi tão otimista, segundo declarações publicadas nesta segunda-feira no site do grupo rebelde. "É fácil concluir que os prazos para este ano não são possíveis", disse Londoño.

"Deve-se ter em conta também que o tema da entrega de armas e o cessar-fogo bilateral não serão simples."

O governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia negociam em Havana desde o fim de 2012, em uma tentativa de deixar para trás um conflito que deixou mais de 200 mil mortos e milhões de deslocados.

Desde então, as partes conseguiram apenas acordos parciais sobre fornecer acesso à terra para os camponeses pobres, sobre as garantias para a guerrilha participe da política e sobre a luta contra o tráfico de drogas.

Questões complexas ainda estão pendentes, como compensação para as vítimas e aprovação por parte dos colombianos de acordos através de um mecanismo como um referendo.

Apesar do processo de paz, as Forças Armadas colombianas e as guerrilhas ainda estão lutando nas montanhas e selvas do país.

Santos rejeitou um cessar-fogo bilateral proposto pelos rebeldes, argumentando que os guerrilheiros poderiam usá-lo para obstruir as negociações e tirar vantagem militar.

"Temos insistido na necessidade de estabelecer um cessar-fogo bilateral, coisa que o governo Santos rejeita. Não temos a menor intenção de assimilar a morte de algum outro membro do secretariado (órgão de direção das Farc), a menos que se trate de causas naturais", disse Londoño.

Durante o primeiro mandato de Santos, dois líderes importantes do secretariado da guerrilha foram mortos em bombardeios: Alfonso Cano e Victor Julio "El Mono Jojoy" Suárez.

No entanto, Londoño reiterou que a intenção das Farc, que tem cerca de 8.000 combatentes, é seguir na mesa de negociações para chegar a um acordo de paz definitivo.

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