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Chefe da Otan faz apelo para Rússia retirar suas tropas

Secretário-geral da organização conclamou a Rússia a "recuar da beira do abismo" da guerra


	Separatistas armados pró-Rússia em local da queda de avião da Malaysia Airlines na Ucrânia
 (Maxim Zmeyev/Reuters)

Separatistas armados pró-Rússia em local da queda de avião da Malaysia Airlines na Ucrânia (Maxim Zmeyev/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 7 de agosto de 2014 às 17h59.

Kiev - O secretário-geral da Organização para o Tratado do Atlântico Norte (Otan) conclamou a Rússia a "recuar da beira do abismo" da guerra, retirando suas tropas da fronteira com a Ucrânia, e avisou que novas intervenções no país vizinho deixarão Moscou ainda mais isolado.

Anders Fogh Rasmussen, chefe da Otan, fez o apelo nesta quinta-feira durante uma visita à Ucrânia para mostrar solidariedade depois que a aliança militar alertou sobre uma possível invasão da Rússia, que, segundo a Otan, reuniu 20 mil soldados perto da divisa.

Afirmando que o apoio russo aos rebeldes ucranianos está crescendo em “dimensão e sofisticação”, Rasmussen disse: “Peço à Rússia que recue da beira do abismo e da fronteira e não use a manutenção da paz como desculpa para fazer guerra”.

Mais cedo, ele e o primeiro-ministro da Ucrânia, Arseny Yatseniuk, discutiram um possível apoio da Otan para a defesa ucraniana – excluindo auxílio armado – enquanto o governo de Kiev continua a perder homens em confrontos com separatistas pró-Rússia no leste.

Pouco depois da fala de Rasmussen, os rebeldes derrubaram um caça Mig-29 ucraniano, disseram militares da Ucrânia.

O avião caiu perto de Horlivka, a cerca de 100 quilômetros da fronteira com a Rússia, mas a tripulação conseguiu se ejetar, informou o porta-voz de informação militar da Ucrânia, Vladyslav Seleznyov, à agência de notícias Interfax.

O governo de Kiev anunciou estar suspendendo o cessar-fogo com os rebeldes no local em que um avião comercial malaio foi abatido em 17 de julho depois que uma missão internacional interrompeu os trabalhos de recuperação por motivos de segurança.

O porta-voz da Defesa, Andriy Lysenko, declarou aos jornalistas que as forças do governo enfrentaram os separatistas 19 vezes em 24 horas até a manhã desta quinta-feira, muitas vezes se deparando com artilharia e disparos de mísseis vindos do território russo.

Rasmussen afirmou que a derrubada do voo MH17, matando as 298 pessoas a bordo, foi uma consequência trágica da política “imprudente” da Rússia na Ucrânia e exortou Moscou a encerrar seu apoio aos rebeldes e se envolver em um “diálogo sincero” para trazer a paz.

Em sua reunião com Yatseniuk, Rasmussen debateu a possibilidade de criação de um fundo da Otan para reforçar os recursos de Kiev nas áreas de comando e controle, comunicações e ciberdefesa, declarou o governo.

Novas mortes entre as forças governamentais sugerem que as baixas militares de Kiev agora chegam a mais de 400 desde o início do conflito em abril.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos afirma que os combates já custaram as vidas de mais de 1.100 pessoas no total, somando forças do Estado, rebeldes e civis.

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