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Chefe da ONU pede pressão para que golpe no Mianmar fracasse

Na segunda-feira, o exército de Mianmar pôs fim à frágil transição democrática do país, impôs o estado de emergência por um ano

A polícia fica de guarda enquanto espera por protestos contra o golpe em Yangon, Mianmar (Stringer/Reuters)

A polícia fica de guarda enquanto espera por protestos contra o golpe em Yangon, Mianmar (Stringer/Reuters)

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AFP

Publicado em 4 de fevereiro de 2021 às 09h48.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse nesta quarta-feira (3) que faria tudo ao seu alcance para garantir que a comunidade internacional "exerça pressão suficiente" sobre Mianmar para garantir o "fracasso" do golpe de Estado.

“Depois de eleições que acredito terem transcorrido normalmente, e após um grande período de transição, é absolutamente inaceitável mudar os resultados da votação e a vontade do povo”, afirmou ele em entrevista ao jornal Washington Post.

Questionado sobre a acusação contra a líder Aung San Suu Kyi, Guterres considerou que "se podemos acusá-la de algo é por ter estado muito próxima dos militares, por tê-los protegido demais".

"Espero que a democracia possa avançar novamente em Mianmar, mas para isso todos os prisioneiros devem ser libertados e a ordem constitucional deve ser restaurada", acrescentou.

O secretário-geral da ONU também lamentou que o Conselho de Segurança não tenha chegado a um acordo sobre um texto comum na terça-feira, após uma reunião urgente convocada pelo Reino Unido.

De acordo com um esboço de texto proposto ao conselho para negociação, obtido pela AFP, propunha-se condenar "o golpe militar", solicitar a "libertação imediata" dos detidos ilegalmente, assim como pedir a suspensão do estado de emergência declarado por um ano.

Segundo fontes diplomáticas, as negociações dos 15 membros do Conselho de Segurança prosseguiram na noite de quarta-feira, em particular com a China e a Rússia, que foram os que bloquearam a declaração na terça-feira.

Na segunda-feira, o exército de Mianmar pôs fim à frágil transição democrática do país, impôs o estado de emergência por um ano e prendeu Aung San Suu Kyi, a chefe de fato do governo civil, e outras autoridades de seu partido, a Liga Nacional pela Democracia (LND).

Reino Unido critica acusação a Aung San Suu Kyi

O ministro britânico das Relações Exteriores, Dominic Raab, condenou nesta quinta-feira a "detenção e indiciamento" da ex-chefe de Governo de fato de Mianmar, Aung San Suu Kyi, após um golpe de Estado militar e pediu sua libertação imediata.

"Condenamos a detenção e o indiciamento de Aung San Suu Kyi e de outros funcionários eleitos. Devem ser liberados imediatamente e as acusações contra eles devem ser retiradas", afirmou Raab no Twitter.

O exército birmanês anunciou na segunda-feira o estado de emergência por um ano e prendeu Aung San Suu Kyi, assim como outros dirigentes de seu partido, a Liga Nacional para a Democracia (LND).

A líder birmanesa, de 75 anos, que está em prisão domiciliar na capital, Naypyidaw, em um local não revelado, segundo a LND, foi acusada acusada de ter violado uma norma comercial.

"A democracia não deve retroceder", completou Raab, antes de informar que o Reino Unido está consultando vários países sobre os passos a seguir agora.

Três dias após o golpe de Estado militar em Mianmar, condenado pela ONU e vários países, começam a emergir sinais de resistência no país, como protestos nas ruas e apelos nas redes sociais.

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