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Chavismo vai às ruas 'em repúdio ao golpismo' enquanto oposição denuncia intimidação

PSUV convocou manifestações em todo o país em relação à queda da ditadura militar de Marcos Pérez Jiménez

Venezuela: manifestação que comemora a queda da ditadura militar em 1958, na praça Altamira de Caracas em 23 de janeiro de 2024 (Barbara Agelvis/AFP Photo)

Venezuela: manifestação que comemora a queda da ditadura militar em 1958, na praça Altamira de Caracas em 23 de janeiro de 2024 (Barbara Agelvis/AFP Photo)

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Agência de notícias

Publicado em 23 de janeiro de 2024 às 17h46.

Última atualização em 23 de janeiro de 2024 às 17h51.

Milhares de militantes chavistas marcharam, nesta terça-feira, 23, na Venezuela contra "o golpismo", depois que o presidente Nicolás Maduro acusou seus adversários de fazer planos conspiratórios no início de um ano eleitoral, enquanto a oposição denunciou a intimidação e a prisão de um ativista.

O Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), no poder, convocou manifestações em todo o país neste 23 de janeiro, que marca a queda da ditadura militar de Marcos Pérez Jiménez, em 1958.

"O povo estará nas ruas a partir de agora e vamos defender nossa pátria, vamos defender nosso presidente Nicolás Maduro. Estamos aqui pela paz e segurança do nosso povo", disse a prefeita de Caracas, Carmen Meléndez, do palco no início da mobilização.

As autoridades venezuelanas anunciaram ontem que, em 2023, desmantelaram cinco supostas conspirações para assassinar Maduro, resultando na prisão de 32 pessoas, entre civis e militares.

As denúncias de magnicídio são frequentes no chavismo, que completa 25 anos no poder e joga em 2024 sua continuidade em eleições ainda sem data.

"Candidato repressor"

A líder opositora María Corina Machado, que deseja ser candidata nas presidenciais apesar de estar politicamente impedida, denunciou que sedes de seu partido, o Vente Venezuela, amanheceram com grafites com o lema "Fúria Bolivariana", em alusão a um plano anunciado por Maduro na semana passada para combater "qualquer tentativa terrorista". Um ativista dessa organização foi detido.

"Acham que com isso vão intimidar a vontade de um povo decidido a alcançar a mudança", criticou Machado em uma manifestação que liderou em Caracas, onde venceu nas primárias da principal aliança opositora venezuelana.

A líder liberal planejava apresentar uma aliança em torno de sua candidatura em uma praça, mas foi deslocada pela marcha chavista que passou por essa área.

"Maduro fala muito de eleições... Falam de eleições, mas têm medo de eleições", disse Machado em um caminhão para centenas de seguidores, reunidos a algumas quadras do local de concentração original.

"Sabem que não têm o voto e se escondem atrás da ameaça, da perseguição, da mentira, da sentença pré-fabricada para tentar nos aniquilar, nos calar ou desviar", acrescentou.

As eleições serão realizadas no segundo semestre do ano, após um acordo entre o governo e a oposição em uma negociação mediada pela Noruega. Os Estados Unidos, protagonistas do processo, pressionaram para criar um mecanismo de impugnação das inabilitações que impedem vários líderes opositores de se candidatarem, ao qual Machado aderiu apesar de não reconhecer a sanção contra ela.

"É preciso uma mudança urgente, o país está um desastre", disse à AFP Miguel Remolina, professor aposentado de 52 anos no evento de Machado. Ele carregava um cartaz que dizia "Falta pouco, MCM", as siglas da líder.

"Defendendo Nicolás!"

A mobilização desta terça-feira foi convocada pelo poderoso líder chavista Diosdado Cabello, vice-presidente do PSUV. "É para lembrar 23 de janeiro, mas também em repúdio ao golpismo, ao terrorismo, à violência".

Sob um sol escaldante, protegidos por guarda-chuvas, bonés e chapéus, os militantes percorreram uma importante avenida de Caracas em direção ao centro, onde está previsto um discurso de Maduro.

"Aqui, aqui, o povo defendendo Nicolás!", gritavam os manifestantes ao ritmo de tambores. Também se ouvia samba, salsa e merengue ao longo dessa marcha que avançava a um ritmo lento.

"A revolução me ajudou, me apoiou com uma cozinha, um telefone, os bônus, espero que venham outros benefícios", disse à AFP Miguelina Hernández, de 64 anos, que dançava. "Graças a Deus e a Chávez, e agora ao presidente Nicolás Maduro, nós tivemos representação", afirmou Daniela González, de 29 anos, representante do povo indígena wayú. "Podemos dizer que fomos incluídos. Estamos agradecidos e é por isso que saímos à rua".

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