Mundo

Chavismo descarta negociar com oposição fora da Venezuela

A coalizão Plataforma Unitária participou do encontro sob a condição de que estivesse presente o mediador, e criticou o fato de a reunião ter ocorrido em Caracas, e não no exterior

As eleições presidenciais deste ano ainda não têm data para acontecer (	chrispecoraro/Getty Images)

As eleições presidenciais deste ano ainda não têm data para acontecer ( chrispecoraro/Getty Images)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 21 de fevereiro de 2024 às 07h39.

O chavismo, no poder na Venezuela, anunciou nesta terça-feira, 20, que passará a se reunir com a oposição apenas no país, e não mais no exterior, dentro do processo de diálogo mediado pela Noruega antes das eleições presidenciais.

Delegações do governo e da oposição se reuniram ontem, paralelamente a um processo de consulta convocado pelo Parlamento, de maioria chavista, para elaborar uma proposta de calendário eleitoral.

A coalizão Plataforma Unitária participou do encontro sob a condição de que estivesse presente o mediador, e criticou o fato de a reunião ter ocorrido em Caracas, e não no exterior, onde "pode haver uma discussão sincera, livre e sem manipulação de nenhuma das partes", manifestou o líder da delegação opositora, Gerardo Blyde.

Discordâncias

"Isso é mentira!", disparou Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional e da comissão governista. "Durante oito meses, nós nos reunimos em pelo menos 14 ocasiões na cidade de Caracas. Fomos a outras cidades para assinar os acordos, essas cidades serviram como uma espécie de cartório ou registro. O que quiserem assinar, vamos fazê-lo aqui em Caracas ou em qualquer outra cidade do país."

A negociação começou em agosto de 2021, com a assinatura de um memorando de entendimento que estabeleceu a Cidade do México como sede do processo. No entanto, o último acordo foi assinado em Barbados, em outubro passado.

"Não estamos neste processo para fazer uma diatribe de microfones", disse Gerardo Blyde ontem. "Isso não é bom para o processo de negociação. Por isso é que tem que ser secreto, reservado, por isso é que tem que ser fora."

Eleições na Venezuela

As eleições presidenciais deste ano ainda não têm data para acontecer. Apenas o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) pode convocá-las, mas Jorge Rodríguez promoveu uma consulta com políticos distantes da oposição tradicional, empresários, acadêmicos e sindicatos, a fim de elaborar uma proposta para a apreciação do CNE, de linha governista.

"Queremos fazer uma convocação formal a todos os setores da vida política e social" para assinarem o documento "com todas as propostas de calendário e princípios eleitorais", disse Rodríguez, que estendeu o convite à Plataforma Unitária.

Acompanhe tudo sobre:VenezuelaNoruegaNicolás Maduro

Mais de Mundo

Brasil está confiante de que Trump respeitará acordos firmados na cúpula do G20

Controle do Congresso dos EUA continua no ar três dias depois das eleições

China reforça internacionalização de eletrodomésticos para crescimento global do setor

Xiaomi SU7 atinge recorde de vendas em outubro e lidera mercado de carros elétricos