Hugo Chavez: a campanha eleitoral se iniciou formalmente em 1º de julho e se encerra em 4 de outubro (Presidência/AFP)
Da Redação
Publicado em 16 de julho de 2012 às 16h14.
Caracas - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que tentará a reeleição em outubro, violou 217 vezes a lei eleitoral na primeira semana de campanha enquanto seu principal oponente, Henrique Capriles, cometeu 165 infrações, segundo um estudo da Universidade Andrés Bello (UCAB) de Venezuela.
A análise, realizada pelo Instituto de Pesquisa da Comunicação da UCAB e divulgado nesta segunda-feira pelo jornal "El Nacional", verificou que ao todo a Lei de Processos Eleitorais foi desrespeitada 416 vezes, sendo que o próprio Conselho Nacional Eleitoral (CNE) cometeu 34 infrações.
As transgressões cometidas por Chávez são desqualificações ao seu principal adversário, Capriles, e o uso de fundos do Estado para fazer campanha.
O relatório também concluiu que o presidente da Venezuela infringiu a lei ao utilizar edifícios públicos para colocar propaganda eleitoral.
Além disso, o estudo apontou a presença de funcionários públicos fazendo campanha para Chávez, o que representa uma transgressão da lei.
Já Capriles é acusado de fazer campanha antes do início formal da corrida eleitoral, dizer ofensas em seus discursos e utilizar símbolos pátrios durante seus comícios.
A UCAB frisou que inclusive o CNE descumpriu a lei, já que "não atua" quando se observam ou se denunciam as infrações.
O presidente do CNE, Vicente Diáz, disse que revisará com sua equipe de trabalho os últimos eventos da campanha e especialmente o discurso feito por Chávez durante um ato militar transmitido em cadeia obrigatória de rádio e televisão, no qual o presidente questionou o candidato da oposição.
"O presidente dedica boa parte do discurso a questionar o candidato opositor, o que se configura numa manifestação como candidato, de modo que este é um tema que deve ser analisado pelo Conselho e deveria ser aplicado a normativa e sanções correspondentes", explicou.
A campanha eleitoral se iniciou formalmente em 1º de julho e se encerra em 4 de outubro. A votação está marcada para 7 de outubro.