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Chávez pede para Obama esquecer exterior

Chávez aconselhou Obama a evitar complicar ainda mais os conflitos internacionais e se concentrar em corrigir problemas internos


	"Ele deve refletir primeiro sobre seu próprio país, que tem uma série de problemas econômicos e sociais", disse
 (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

"Ele deve refletir primeiro sobre seu próprio país, que tem uma série de problemas econômicos e sociais", disse (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 9 de novembro de 2012 às 12h20.

Caracas - O principal antagonista do governo dos EUA na América Latina, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, aconselhou o recém reeleito presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a evitar complicar ainda mais os conflitos internacionais e se concentrar em corrigir problemas internos.

"Ele deve refletir primeiro sobre seu próprio país, que tem uma série de problemas econômicos e sociais. É um país dividido, socialmente fraturado, com uma super-elite explorando o povo", disse o presidente socialista na noite de quinta-feira em sua primeira reação à vitória de Obama esta semana.

Chávez, que herdou o manto de Fidel Castro como o desafiante latino-americano mais loquaz do poder e da política dos EUA, disse que era hora de Obama se afastar de assuntos globais.

"Ele deveria se dedicar a governar seu país e se esquecer de dividir e invadir outras nações", acrescentou Chávez, que tem constantemente criticado o envolvimento dos EUA no Iraque, Afeganistão e outros pontos quentes de todo o mundo.

Para a decepção do governo dos EUA, Chávez foi reeleito para mais um mandato de seis anos em outubro, oferecendo uma plataforma contínua para implantar sua auto-intitulada revolução socialista e continuar protestando contra Washington.

Chávez, de 58 anos, uma figura mais silenciosa nestes dias após um ano de tratamento debilitante para duas rodadas de câncer, havia apoiado Obama sobre o concorrente republicano Mitt Romney na Casa Branca.

Mesmo assim, ele não disfarça sua decepção com Obama, acusando-o de perpetuar as mesmas políticas externas agressivas de seu antecessor, George W. Bush.

Desde sua vitória na eleição presidencial de 7 de outubro sobre o candidato da oposição Henrique Capriles, Chávez tem sido relativamente moderado, só aparecendo na televisão estatal uma ou duas vezes por semana em reuniões com ministros.

Ele não fez grandes anúncios de novas políticas, além de prometer mais eficiência no governo e uma ampliação das "comunas" socialistas em toda a sociedade venezuelana.

Muitos venezuelanos esperam uma desvalorização do bolívar nos próximos meses --a taxa do mercado negro é três vezes acima da oficial-- e talvez mais nacionalizações em uma economia onde Chávez aumentou radicalmente o domínio estatal.

Falando em uma reunião de gabinete, Chávez citou as preocupações de nacionalização, incitando as empresas a não temê-lo.

"Venham investir! Não acreditem no conto de fadas de que nós vamos expropriar você", disse ele em comentários na TV estatal.

No início da semana, Chávez adotou a mesma linha, defendendo uma suposta nova moderação para empresas privadas que os críticos zombam como hipócrita e difícil de acreditar.

"É totalmente falso que eu tenho um plano para expropriar todos", disse ele na ocasião. "Não se deixe enganar por esse conto de ‘aqui vem o lobo'. Mentiras. Estou lhes pedindo para vir e trabalhar." Ele foi menos conciliador em sua visão sobre as eleições estaduais da Venezuela em 16 de dezembro, declarando em sua aparição na quinta-feira que elas são continuação da batalha do Estado contra os candidatos "contra-revolucionários" da "burguesia".

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