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Chávez: entrada da Venezuela no Mercosul é fracasso dos EUA

O líder disse que a "democracia vigorosa" venezuelana será uma "grande fortaleza" para o Mercosul

Hugo Chávez: Chávez destacou que a entrada da Venezuela no bloco será a "engrenagem" das reservas petrolíferas venezuelanas, as maiores do mundo (Spencer Platt/Getty Images)

Hugo Chávez: Chávez destacou que a entrada da Venezuela no bloco será a "engrenagem" das reservas petrolíferas venezuelanas, as maiores do mundo (Spencer Platt/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2012 às 16h55.

Caracas - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou nesta segunda-feira que a entrada de seu país no Mercado Comum do Sul (Mercosul), em cerimônia formal que acontecerá amanhã em Brasília, representa o "fracasso" da política externa dos Estados Unidos.

"A entrada da Venezuela no Mercosul é um fracasso da política externa americana na América do Sul porque por trás do entrave autoritário paraguaio que se opôs de maneira irracional durante anos à entrada (...) estava a mão da diplomacia americana", argumentou Chávez a jornalistas.

O presidente venezuelano afirmou, momentos antes de partir para o Brasil assistir à cerimônia na qual formalmente a Venezuela passa a ser incorporada ao Mercosul como membro pleno, que a entrada de seu país no bloco formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai -atualmente suspenso- "é mais um passo na direção correta".

"É um bloco em crescimento, o Paraguai seguramente retornará ao Mercosul quando essa república irmã voltar à democracia", afirmou, em alusão à suspensão paraguaia, após a destituição do presidente Fernando Lugo, decisão tomada em uma cúpula realizada na Argentina no final de junho na qual também se definiu a entrada da Venezuela.

O líder disse que a "democracia vigorosa" venezuelana, com "um sistema político consolidado que impulsiona os valores e a praxis da democracia da plena liberdade de expressão" será uma "grande fortaleza" para o Mercosul.

Chávez destacou que a entrada da Venezuela no bloco será a "engrenagem" das reservas petrolíferas venezuelanas, as maiores do mundo, com os países do sul. "É uma equação perfeita", disse.


O presidente revelou que ontem à noite criou uma comissão presidencial sobre o tema e que começarão a chamar empresários com "vocação exportadora" para lhes apoiar diante da nova situação comercial.

É a primeira viagem ao exterior do líder venezuelano após sua última operação, como parte de seu tratamento contra o câncer.

Chávez comentou que, além disso, escreveu ontem à noite uma carta ao líder cubano, Fidel Castro, em que manifestou estar convencido de que com a Venezuela o Mercosul aumentou suas relações econômicas e comerciais com os países do Caribe.

O líder venezuelano, em plena campanha para sua reeleição em outubro, disse que hoje já tem reuniões em Brasília e que poderia retornar amanhã mesmo à Venezuela, após a reunião, já que para ele neste momento "a prioridade é o nacional".

Ele informou que há possibilidades de, durante sua estada no Brasil, haver "uma reunião breve" com a Argentina para revisar os documentos da "aliança" entre a petrolífera estatal venezuelana PDVSA e a argentina YPF, recentemente adiantados em Caracas, e "se estiverem prontos, de assiná-los".

Chávez voltou a chamar a Repsol para "se sentar com um Estado soberano como o Estado argentino e buscar uma solução amigável", depois que o governo argentino nacionalizou 51% das ações da companhia petrolífera espanhola na YPF. 

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