Sobre o câncer, Chávez disse que foi "repentino e grave, pois, delicado". Ele insistiu que "foi uma prova" (Juan Barreto/AFP)
Da Redação
Publicado em 26 de julho de 2011 às 06h28.
Caracas - O câncer anunciado nas últimas semanas pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, se tornou "uma prova" de que nas fileiras de seus seguidores impera "a unidade", enquanto no antichavismo se estimula "o ódio", avaliou nesta segunda-feira o governante.
"Se olharmos o campo de batalha da oposição, porque lá há um campo de batalha entre eles mesmos, e falam de uma unidade que realmente não existe, se esfaqueiam entre eles mesmos e têm ódio pela pátria, ódio pelo bom, ódio pelo país", sustentou.
Em uma ligação telefônica a um programa noturno da televisão estatal por ocasião do aniversário da fundação de Caracas, Chávez anunciou desembolsos estatais para diversas obras na capital, e aproveitou para avaliar o impacto político de sua doença, diante do pleito que em 2012 definirá o período presidencial 2013-2019.
Chávez confirmou mais uma vez que buscará uma nova reeleição e que não tem dúvidas que voltará a vencer.
Sobre o câncer, "repentino e grave, pois, delicado", insistiu que "foi uma prova".
"O que eu respiro em fileiras revolucionárias é mais unidade", enquanto na oposição, segundo ele, acontece o contrário. No entanto, acrescentou o chefe do Estado, os opositores "têm por trás a força do império (Estados Unidos), que seguramente pressionará para colocá-los de acordo aos empurrões, com mão ferrenha e todos os mecanismos que tem para impor uma candidatura".
Mas "os esquálidos", como chama seus detratores, "ficarão na vontade, porque esta revolução seguirá adiante, e Hugo Chávez Frías seguirá em frente, com a certeza de que será presidente" pelo menos até 2019.
No campo militar, disse que "a Força Armada está demonstrando firmeza, unidade e força, apesar das especulações" no sentido contrário.
O líder repetiu que nas filas de seus partidários, embora "haja problemas, há também liderança, há projeto, há unidade orgânica que vamos seguir fortalecendo, há estratégia, há tática, há ritmo, há alma, alegria e mística".
"Não é que não haja na oposição, mas escasseia", acrescentou, e voltou a atribuir isso "ao ódio entre eles mesmos, ódio pela pátria, ódio pelo bom, ódio pelo país".
Para sua reeleição, Chávez disse confiar não só nos partidos políticos que apoiam sua gestão, mas também em outros movimentos, como "os trabalhadores, os indígenas, sindicalistas, movimentos cristãos, ateus, mágicos, negros, homossexuais e desportistas".