Mundo

Chanceler venezuelano pede que deixem Chávez em paz

Chávez chegou a Caracas em 18 de fevereiro passado, após passar 70 dias internado em Havana, onde foi operado no dia 11 de dezembro

O chanceler venezuelano, Elías Jaua (Afp.com / Leo Ramirez)

O chanceler venezuelano, Elías Jaua (Afp.com / Leo Ramirez)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de março de 2013 às 14h58.

Caracas - O chanceler venezuelano, Elías Jaua, pediu neste sábado que deixem o presidente Hugo Chávez em paz enquanto ele recebe o tratamento contra o câncer, um dia depois que o governo confirmou que o chefe de Estado está sendo submetido a nova quimioterapia.

"Nós que queremos ver Chávez recuperado e saudável queremos que ele fique tranquilo. Ele está fazendo o tratamento que tem de fazer", afirmou Jaua em um evento em Caracas.

"Quem não quer que Chávez se recupere (...) são os que fazem uma pressão criminosa, uma pressão miserável, à qual não vamos ceder", acrescentou Jaua, referindo-se à oposição venezuelana, que acusa o governo de mentir sobre a saúde do presidente.

Em declarações na noite de sexta-feira, o vice-presidente Maduro informou que Chávez foi submetido à quimioterapia como parte dos "tratamentos complementares" necessários após ser operado pela quarta vez contra um câncer. Segundo ele, o chefe de Estado está animado.

"Chávez passou a receber no final de janeiro tratamentos complementares (...) que são as quimioterapias que se aplicam aos pacientes após as operações", revelou Maduro à imprensa após uma missa pelo presidente no Hospital Militar de Caracas.

Maduro informou ainda que foi desejo de Chávez ser transferido de Havana para o Hospital Militar de Caracas, para receber "os tratamentos complementares mais intensos e difíceis".

"Ele tem agora uma fortaleza superior aos tratamentos que está recebendo e se encontra animado".

Chávez chegou a Caracas em 18 de fevereiro passado, após passar 70 dias internado em Havana, onde foi operado no dia 11 de dezembro.

Maduro explicou que o presidente enfrentou as operações anteriores "com a segurança de que sairia", mas nesta última "havia a possibilidade de não escapar" com vida.


O governo venezuelano passou as últimas horas desmentindo rumores sobre a saúde de Chávez, que tomaram conta das redes sociais devido à longa ausência pública do dirigente.

Maduro pediu para que "cessem os rumores sobre a saúde de Chávez" e acusou a oposição de "tentar criar desestabilização" valendo-se da delicada situação atravessada pelo presidente.

Além disso, o vice acusou a mídia internacional de estar por trás de uma campanha de boatos.

A oposição venezuelana pede que o presidente apareça em público ou então renuncie caso não possa mais continuar governando.

Na terça-feira, dezenas de estudantes tentaram se acorrentar em uma sala do Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) em Caracas para exigir "a verdade" sobre a saúde do presidente, mas foram impedidos por forças policiais.

"Quem somos? Estudantes! O que queremos? A verdade! Venezuela soberana, não à intervenção cubana!" - gritavam os jovens do movimento "Operação Soberania", após serem retirados à força da avenida onde se situa a sede do TSJ.

Nas últimas dez semanas, os venezuelanos viram Chávez apenas em quatro fotos - junto com suas filhas mais velhas - tiradas no hospital de Havana.

O governo insiste que Chávez continua no comando.

Chávez, 58 anos e no poder desde 1999, foi diagnosticado com câncer em meados de 2011, e desde então foi operado em Cuba em quatro ocasiões, com posteriores ciclos de quimioterapia e radioterapia.

Reeleito no dia 7 de outubro passado, Chávez não se apresentou para a posse no Legislativo em 10 de janeiro, como determinava a Constituição, mas o Supremo Tribunal de Justiça admitiu empossá-lo posteriormente.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaCâncerDoençasHugo ChávezPolíticosVenezuela

Mais de Mundo

Israel deixa 19 mortos em novo bombardeio no centro de Beirute

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA

Eleições no Uruguai: 5 curiosidades sobre o país que vai às urnas no domingo

Quais países têm salário mínimo? Veja quanto cada país paga