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Chanceler venezuelano acusa EUA de causarem alarde no país

Em discurso transmitido pela televisão, Samuel Moncada declarou que os EUA estão criando a sensação de que a Venezuela está "à beira de uma guerra"

Samuel Moncada: "Estão criando a sensação de que estamos à beira de uma guerra" (Marco Bello/Reuters)

Samuel Moncada: "Estão criando a sensação de que estamos à beira de uma guerra" (Marco Bello/Reuters)

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EFE

Publicado em 28 de julho de 2017 às 19h43.

Caracas - O chanceler venezuelano, Samuel Moncada, acusou nesta sexta-feira os Estados Unidos de causarem deliberadamente alarde na Venezuela com a intenção de semear o caos, após o governo americano ordenar que diplomatas e suas famílias saiam do país caribenho antes das eleições do próximo domingo.

"Estão criando a sensação de que estamos à beira de uma guerra, e que a insurreição fascista que eles promovem está vencendo", disse Moncada em um discurso transmitido pela televisão, em referência aos protestos da oposição e da sociedade civil contra a votação da Assembleia Constituinte, que consideram um fraude.

"Se eles retiram seu pessoal como se fosse um ato de um país que está a ponto de cair no abismo, outras embaixadas copiam, porque dizem: 'os americanos sabem de algo que nós não sabemos'; então as linhas aéreas começam a copiar: 'estes diplomatas sabem de algo que nós não sabemos'", acrescentou.

Moncada afirmou que a CIA está por trás da estratégia de desobediência civil da oposição para conter a Assembleia Constituinte, convocada para redigir uma nova Constituição a fim de reforçar o "socialismo do século XXI" no país, algo que é visto por seus críticos como uma tentativa de consolidar a "ditadura" do chavismo.

"Isto é uma operação de desinformação", disse o chanceler sobre a saída dos diplomatas americanos.

"Vão às ruas de Caracas hoje, ao redor daqui, e vejam que não há nenhum caos", acrescentou, antes de afirmar que "o caos são eles que estão criando".

Os membros da diplomacia americana e seus familiares abandonaram o país nesta sexta-feira após o governo dos EUA ordenar ontem que deixassem a Venezuela por conta dos crimes "violentos" e da falta "generalizada de alimentos e medicamentos".

A sede diplomática em Caracas operará sob um plano de contingência, e um funcionário que pediu para não ser identificado indicou que, por enquanto, não é possível saber com certeza qual será o futuro da Embaixada.

A oposição venezuelana convocou os cidadãos para bloquear ruas e se concentrar no espaço público a partir desta sexta-feira para impedir a votação de domingo.

Supermercados de várias cidades do país tiveram seus estoques de alguns produtos básicos esgotados nesta semana após os cidadãos formarem longas filas para se abastecer durante os protestos convocados pela oposição.

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