Neste giro regional, Lavrov tem previsto também visitar Cuba, Venezuela e Nicarágua (AFP/AFP Photo)
Agência de notícias
Publicado em 17 de abril de 2023 às 17h53.
O chanceler russo, Sergei Lavrov, "agradeceu", nesta segunda, 17, os esforços do Brasil para tentar resolver o conflito na Ucrânia, pouco antes de se reunir, em Brasília, com o presidente Lula, que busca mediar a paz no país europeu junto a países como a China.
Lavrov, que inicia no Brasil um giro pela América Latina, reuniu-se com o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
Em breve declaração à imprensa, Lavrov reiterou que Moscou quer que o conflito na Ucrânia seja "solucionado o mais rapidamente possível". Porém, "precisamos resolvê-lo de forma duradoura", acrescentou.
"Estamos agradecidos à parte brasileira (...) pela contribuição de uma solução para o conflito", disse Lavrov.
Neste giro regional, Lavrov tem previsto também visitar Cuba, Venezuela e Nicarágua, segundo a agência de notícias estatal russa, TASS.
Lula está propondo negociações para pôr fim à guerra, apresentando o Brasil como um mediador neutro.
No entanto, o mandatário brasileiro tem despertado preocupações, pois nos Estados Unidos e na Europa veem como posturas anti-ocidentais.
Durante uma visita ao presidente chinês, Xi Jinping, na semana passada, em Pequim, Lula propôs criar um grupo de países similar ao G20 para mediar a paz entre Rússia e Ucrânia, que incluiria o gigante asiático.
No entanto, causou inquietação no Ocidente, ao acusar Washington de "incentivar" a guerra e afirmou que os Estados Unidos e Europa "precisam começar a falar sobre a paz".
Durante uma escala nos Emirados Árabes Unidos no fim de semana, também reiterou sua opinião de que a Ucrânia compartilha com a Rússia a culpa da guerra, algo que o país invadido rechaça com veemência.
Durante visita à Turquia este mês, Lavrov disse que a Rússia quer que as conversas de paz se concentrem na criação de uma "nova ordem mundial", pois Moscou rechaça "um mundo unipolar dirigido por uma hegemonia".
A Rússia sustenta liderar uma luta contra o domínio dos Estados Unidos no cenário mundial, e argumenta que a ofensiva da Ucrânia é parte disso.
O Brasil não se somou às nações ocidentais para impor sanções à Rússia por sua invasão e se negou a fornecer armas para a Ucrânia.
A viagem de Lavrov acontece depois que o assessor especial da presidência da República, Celso Amorim, se reuniu com o presidente russo Vladimir Putin no Kremlin em março, para discutir a abertura de diálogos de paz com a Ucrânia.
Brasil e Rússia fazem parte do Brics, grupo de países emergentes que ainda conta com China, Índia e África do Sul.