EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 31 de maio de 2013 às 07h42.
Beirute - O ministro saliente das Relações Exteriores do Líbano, Adnan Mansur, expressou nesta sexta-feira sua total rejeição a que o Hezbollah passe a fazer parte de uma lista de organizações terroristas, como cogitam atualmente a União Europeia e os países do Golfo Pérsico.
'Rejeitamos, de modo categórico, que o grupo seja incluído em qualquer lista de terroristas. O Hezbollah faz parte do Parlamento e do governo e tal atitude equivale a uma tentativa de chantagem política. Não queremos que tornem esse tema político', afirmou Mansur em entrevista ao jornal libanês 'As Safir'.
No próximo mês de junho, a UE examinará a possibilidade de incluir o galho armado do Hezbollah em sua lista de grupos terroristas, enquanto, segundo o jornal kuwaitiano 'Al Rai', que cita fontes diplomáticas, o Conselho de Cooperação do Golfo poderia examinar esta mesma questão em uma reunião em Jidá a pedido das autoridades do Bahrein.
Mansur acusou Israel e as potências ocidentais de pretender designar o grupo xiita como organização terrorista e, por isso, advertiu que, se isso vier a ocorrer, não garantirá estabilidade e segurança alguma.
'O Líbano adotou a política de dissociação desde o começo da crise síria, se mantendo afastado politicamente desse problema e suas consequências', acrescentou, assegurando que o país mantém certa eqüidistância a respeito os beligerantes na Síria.
Questionado sobre a participação do Hezbollah nos combates na região síria de Al Qusair, o ministro considerou que 'há 20 aldeias sírias que se encontram próxima à fronteira entre os países. A princípio, eles tinha se mantido afastadas da crise, mas depois acabaram se transformando em vítimas dos confrontos'.
'O Exército sírio não estava presente nessas regiões, que estavam sob o controle de elementos armados e, por isso, que seus vizinhos pediram ajuda', assinalou o ministro, que lembrou que as Forças Armadas libanesas desdobradas na fronteira nordeste 'não podem impedir de modo total a infiltração de combatentes'.
Na noite de ontem, o presidente sírio, Bashar al Assad, reconheceu em entrevista a participação de combatentes do Hezbollah na batalha em Al Qusair, mas minimizou o número de milicianos do grupo xiita que tenham participado diretamente dos confrontos.