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Chanceler israelense considera erro cessar-fogo com Hamas

Chefe da diplomacia israelense disse que a mensagem de que a "calma levará à calma é errada"

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2014 às 17h39.

Jerusalém - O ministro das Relações Exteriores de Israel, o ultradireitista Avigdor Lieberman, disse nesta sexta-feira que é um "erro" a decisão de seu país de negociar um cessar-fogo com o grupo islamita Hamas em Gaza, cenário nesta semana de uma escalada da tensão.

Em uma visita à cidade de Sderot, uma das mais afetadas pelo lançamento de foguetes procedente de Gaza, o chefe da diplomacia israelense disse que a mensagem de que a "calma levará à calma é errada".

"Devemos apertar as mãos sobre aqueles que apoiam e encorajam o terror, e isso inclui (os líderes Hamas) Khaled Mashaal e Ismail Haniyeh? Necessitamos que saibam que são um alvo", afirmou Lieberman.

"Enquanto nós falamos de um cessar-fogo, o Hamas continua desenvolvendo foguetes que podem chegar a Tel Aviv. Tudo o que estamos fazendo é adiar o problema em vez de buscar uma solução. Essa não é a resposta que é preciso se dar ao Hamas", acrescentou o ministro, que vive em uma colônia.

O exército israelense iniciou em 13 de junho um ampla operação contra a infraestrutura do Hamas na Cisjordânia ocupada, paralelamente à busca dos três estudantes judeus que desapareceram na noite anterior quando pegavam carona próxima à colônia de Gush Etzion

Segundo fontes militares israelenses, a ação prendeu mais de 475 pessoas, a sua maioria membros do Hamas (incluídos todos seus líderes na Cisjordânia), um número que o Ministério de Relações Exteriores da Palestina elevou ontem para mais de 630.

Na operação, que segue aberta, morreram por ações do exército israelense sete pessoas, cinco delas por disparos diretos dos soldados.

Desde que a ação começou, milicianos palestinos dispararam mais de 50 foguetes de Gaza, que não provocaram vítimas fatais mas causaram danos materiais em cidades israelenses vizinhas a Gaza.

Israel respondeu aos lançamentos com ataques sobre alvos islamitas de Gaza, bombardeios que provocaram a morte a três milicianos e de uma criança de sete anos e deixou 25 pessoas feridas, a maioria civis.

Desde que na segunda-feira foram encontrados os corpos dos estudantes judeus, o gabinete de segurança israelense está dividido sobre que tipo de resposta se deve dar ao Hamas, ao qual acusa pelo triplo assassinato. Há uma corrente que pede comedimento e outra que defende um ataque em grande escala.

O movimento islamita nega que tenha responsabilidade pelo sequestro e o assassinato.

Israel procura como supostos autores dois membros do braço armado do Hamas, que estiveram presos em prisões israelenses e que sumiram de suas casas desde o dia em que os jovens desapareceram.

Fontes oficiais no Cairo admitiram hoje que seu país está intermediando uma negociação entre Hamas e Israel para pôr fim à crescente tensão dos últimos dias pelo aumento do lançamento de foguetes e a decisão do exército israelense de desdobrar tropas de infantaria apoiadas com tanques no sul.

Algumas das outras milícias armadas de Gaza assumiram a autoria dos disparos de foguetes.

O assassinato nesta semana de um menor palestino em Jerusalém, vítima aparentemente de uma vingança de ultranacionalistas judeus, aumentou ainda mais a crise.

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