Avigdor Lieberman: "o terrorismo avança contra os judeus, mas ataca todos os países e valores ocidentais. Israel não é mais que um aperitivo", disse (Gali Tibbon/AFP)
Da Redação
Publicado em 11 de dezembro de 2012 às 08h14.
Jerusalém - O ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, acusou nesta terça-feira a Europa de aplicar uma política hostil aos judeus como "no fim dos anos 30", depois que a União Europeia condenou os projetos de construção de novos assentamentos israelenses.
"Uma vez mais a Europa não levou em consideração os pedidos de destruição de Israel (...) já vimos isto no fim dos anos 30 e no início dos anos 40 quando a Europa sabia o que acontecia nos campos de concentração e não atuou", declarou Lieberman à rádio pública.
O ministro se referia às declarações do líder do Hamas no exílio, Khaled Meshaal, durante sua primeira e recente visita a Gaza, onde afirmou que "libertar a Palestina, toda Palestina, é um direito, um dever e um objetivo", e que se nega a reconhecer a existência do Estado de Israel.
"A Europa deu uma bofetada em si mesma. Quando alguém sacrifica os judeus, temos que perguntar quem será o próximo. Em Toulouse, o terrorista que assassinou crianças judias também havia matado antes soldados franceses", completou o chefe da diplomacia.
Em 19 de março, o islamita radical Mohamed Merah matou três crianças e um professor em uma escola judaica no sul da França, poucos dias depois de ter matado três soldados.
"O terrorismo avança contra os judeus, mas ataca todos os países e valores ocidentais. Israel não é mais que um aperitivo", completou Lieberman.
O ministro também denunciou o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas.
"O Hamas pede a destruição de Israel e se nega a reconhecer Israel e Abu Mazen (como Abbas é conhecido) apoia esta posição quando a Europa se cala", disse.
Na segunda-feira, os ministros das Relações Exteriores europeus manifestaram "firme oposição" aos projetos israelenses de ampliar as colônias na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental.
Em represália pela concessão à Palestina do status de Estado observador não membro da ONU, Israel anunciou na semana passada a intenção de ampliar as colônias, sobretudo no setor E1, que ligaria o assentamento de Maaleh Adumim aos bairros de colonização judaica em Jerusalém Oriental.
Se o projeto for concretizado, cortaria a Cisjordânia em duas e isolaria Jerusalém, o que complicaria a criação de um futuro Estado palestino.
O número dois do Partido Trabalhista (oposição), Yitzhak Herzog, criticou as declarações de Lieberman, que para ele espalham "medo e angústia entre os israelenses, estabelecendo um vínculo entre a situação atual e a Shoah", o Holocausto.