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Chanceler diz que mandado de prisão de Netanyahu é “ataque” e ministro chama ação de "antissemita"

Presidente israelense também se pronunciou e definiu situação como "zombaria do sacrifício de todos aqueles que lutam pela justiça, desde a vitória dos Aliados sobre os nazistas até hoje”

 Ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, fala durante uma cerimônia de entrega no Ministério das Relações Exteriores em Jerusalém em 10 de novembro de 2024 (Menahem KAHANA / AFP/Getty Images)

Ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, fala durante uma cerimônia de entrega no Ministério das Relações Exteriores em Jerusalém em 10 de novembro de 2024 (Menahem KAHANA / AFP/Getty Images)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 21 de novembro de 2024 às 11h44.

Última atualização em 21 de novembro de 2024 às 12h06.

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, acusou nesta quinta-feira, 21, o Tribunal Penal Internacional (TPI) de “perder toda a sua legitimidade” ao emitir um mandado de prisão contra o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, chamando-o de “um ataque ao direito de Israel de se defender”.

“Do ponto de vista político, emitir mandados (de prisão) contra um país que age de acordo com o direito internacional é uma recompensa e um incentivo ao eixo do mal, que o está violando de forma flagrante e constante”, declarou o chanceler israelense.

Saar disse que o TPI, que também emitiu mandados contra o ex-ministro da Defesa israelense Yoav Gallant e o chefe militar do Hamas, Mohammed Deif, é uma “ferramenta política a serviço dos elementos mais extremistas que trabalham para minar a paz, a segurança e a estabilidade no Oriente Médio”.

O ministro das Relações Exteriores pediu a condenação desses mandados de prisão por todos os países e pessoas “decentes” do mundo.

O ministro da Defesa do país, Israel Katz, também classificou a medida como uma “vergonha moral totalmente banhada em antissemitismo”, que, segundo ele, dá “um sopro de ar fresco a um procurador tendencioso e corrupto e àqueles que se esforçam para destruir o Estado de Israel”.

“Quem pensa que pode nos dissuadir de alcançar todos os objetivos de guerra que estabelecemos para nós mesmos por meio de decisões ridículas que servem ao Irã e suas metástases, encontrará diante de si um Estado forte e determinado que agirá com força em todas os setores contra todas as ameaças, no âmbito militar, político e jurídico”, acrescentou.

Atitute antissemita

O ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, chamou a decisão do TPI de “antissemita até a medula”.

"A emissão de mandados de prisão contra o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e o deputado (Yoav) Gallant é uma vergonha sem precedentes, mas não é de todo surpreendente. O Tribunal Penal Internacional em Haia demonstra mais uma vez que é antissemita até à medula", disse Ben Gvir na rede social X nesta quinta-feira.

“A resposta aos mandados de prisão deve ser a execução da soberania sobre todos os territórios de Judeia e Samaria (Cisjordânia), a colonização de todo o país e a ruptura de laços com autoridades terroristas, incluindo sanções”, acrescentou o ministro.

O líder da oposição e ex-primeiro-ministro Yair Lapid também condenou a decisão do tribunal de Haia, garantindo que esta “recompensa o terrorismo”, em uma referência aos ataques dos milicianos do Hamas em 7 de outubro de 2023 que antecederam o início da guerra em Gaza.

O opositor Benny Gantz, da formação Unidade Nacional e um dos principais rivais de Netanyahu nas pesquisas, afirmou no X que os mandados de prisão representam uma “cegueira moral e uma mancha vergonhosa de proporções históricas que jamais será esquecida”. 

Presidente israelense se manifestou

O presidente israelense, Isaac Herzog, classificou a decisão do TPI, que, segundo ele, “transforma a justiça universal em motivo de chacota universal”, como um “dia obscuro para a justiça e para a humanidade”.

“É uma zombaria do sacrifício de todos aqueles que lutam pela justiça, desde a vitória dos Aliados sobre os nazistas até hoje”, declarou em comunicado oficial.

Para Herzog, essa decisão “ignora” a situação dos 97 reféns ainda mantidos pelo Hamas na Faixa de Gaza, assim como o fato de que Israel “foi brutalmente atacado” em 7 de outubro de 2023.

“A decisão escolheu o lado do terror e do mal em detrimento da democracia e da liberdade, e transformou o próprio sistema judiciário em um escudo humano para os crimes do Hamas contra a humanidade”, afirmou, no mesmo dia em o número de mortos na Faixa de Gaza ultrapassou 44 mil, de acordo com dados do Ministério da Saúde do território palestino.

Os juízes do TPI aprovaram hoje os mandados de prisão solicitados em 20 de maio pelo procurador Karim Khan contra Nentayahu e Gallant como responsáveis criminais e coautores de crimes de guerra, incluindo “o uso da fome como método de guerra e os crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos” em Gaza.

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