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Chanceler da UE quer Estado palestino e capital em Jerusalém

Nova chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini visitou a Faixa de Gaza e alertou para risco de mais violência na região


	A nova chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini
 (Laurent Dubrule/ Reuters)

A nova chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini (Laurent Dubrule/ Reuters)

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Da Redação

Publicado em 8 de novembro de 2014 às 21h30.

A nova chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Federica Mogherini, pediu neste sábado um Estado palestino independente durante sua primeira visita a Gaza, acrescentando que Jerusalém pode ser a capital de dois Estados.

"É preciso um Estado palestino, este é o objetivo e esta posição é compartilhada por toda a União Europeia", afirmou durante a coletiva de imprensa em Gaza, acrescentando que "o mundo não suportará um quarto confronto", depois das três ofensivas israelenses nos seis últimos anos.

"Jerusalém deve ser a capital de dois Estados", afirmou ainda.

Segundo Mogherini, "o desafio é mostrar que Jerusalém pode ser compartilhada em paz e com respeito" e que "Jerusalém pode e deve ser a capital de dois Estados".

Já na sexta, a chefe da diplomacia europeia havia pedido em Jerusalém a retomada urgente das negociações de paz e alertou para o risco de afundar novamente na violência.

Sua visita à região coincide com os confrontos entre palestinos e policiais israelenses, que prosseguiram na sexta-feira em Jerusalém Oriental. No norte do país, a polícia matou neste sábado um árabe israelense, desencadeando novos confrontos.

Jeir Hamdan, de 22 anos, tentou impedir a prisão de um amigo em Kfar Kana, no norte de Israel, ameaçando os oficiais com uma faca, o que os obrigou a abrir fogo.

As forças de segurança realizaram disparos de advertência antes de atirar diretamente contra ele, acrescentou a fonte. Hamdan morreu enquanto era levado para o hospital.

Cerca de 50 jovens levantaram barricadas e atearam fogo a pneus na entrada do povoado, mas foram dispersados pela polícia.

Segundo a rádio militar, os comerciantes de Kfar Kana iniciaram uma greve em sinal de protesto.

As cidades árabes israelenses se mantiveram até agora relativamente à margem das tensões na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, a parte palestina da Cidade Santa ocupada e anexada por Israel.

Os árabes israelenses são os descendentes dos 160.000 palestinos que ficaram em suas terras depois da criação do Estado de Israel em 1948. São mais de 1,4 milhão, ou seja, 20% da população israelense.

Violência e turismo

Como todas as noites há mais de duas semanas, foram registrados enfrentamentos entre jovens palestinos que jogavam pedras contra os policiais israelenses, que, por sua vez, respondiam com balas de borracha, bombas de efeito moral e gases lacrimogêneos.

Estes choques foram particularmente violentos no campo de refugiados de Shuafat, um labirinto de ruelas junto ao muro israelense que separa Jerusalém Oriental da Cisjordânia ocupada.

As explosões também foram ouvidas na Cidade Antiga, patrulhada por policiais israelenses, assim como em vários bairros palestinos.

A Cidade Antiga, um dos lugares mais frequentados por turistas e peregrinos do mundo inteiro, se encontra no centro das tensões.

A violência aumentou neste setor desde que os extremistas judeus reforçaram sua campanha para exigir uma modificação do status quo ratificado em 1967, que permite a visita à a Esplanada das Mesquitas, mas sem direito a rezar neste local sagrado.

Apesar disso, vários militantes ultrarreligiosos realizaram várias visitas ao terceiro local santo do Islã, desencadeando violentos choques com os palestinos que os acusam de tentar expulsás-los de Jerusalém Oriental.

Além disso, foram realizados na Faixa de Gaza vários atentados contra dirigentes do Fatah, partido do presidente da Autoridade Palestina Mahmud Abbas.

Os ataques fazem temer uma nova de violência entre grupos palestinos neste território, onde o movimento islamita Hamas tomou o poder pela força em 2007 depois de quase uma guerra civil como Fatah.

Esses ataques também forçaram o cancelamento da visita a Gaza do primeiro-ministro Rami Hamdalah e de vários membros de seu governo, surgido da teórica reconciliação dos dois pesos pesados da política palestina.

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