Wang Yi chega ao Brasil nesta quinta; governo Lula vê gesto importante de Pequim (Getty Images/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 18 de janeiro de 2024 às 08h12.
Última atualização em 18 de janeiro de 2024 às 08h36.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, desembarca nesta quinta-feira, 18, em Brasília. Wang participará de um jantar oferecido pelo chanceler Mauro Vieira, no Itamaraty. A visita é vista pelo governo brasileiro como um "gesto importante" de Pequim no reforço das relações com o Brasil e acontece até sexta-feira, com uma série de reuniões.
Mauro Vieira e Wang vão conversar sobre a presidência brasileira no G20, a reforma da governança global, o aumento do comércio bilateral, a ampliação de investimentos chineses no Brasil, tecnologia e inovação. A guerra entre a Rússia e a Ucrânia, a crise no Oriente Médio, que começou em 7 de outubro, com o conflito entre Israel e o grupo extremista palestino Hamas, e o cenário político na América Latina também estão na pauta.
Apesar da expectativa de uma visita do presidente Xi Jinping ao Brasil, não há informação se ele virá apenas em novembro deste ano, durante a reunião de líderes do G20, no Rio, ou antes disso.
Um interlocutor do governo brasileiro ressaltou que a China é considerada um parceiro estratégico do Brasil. Desde que assumiu a presidência, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu que as relações com Pequim precisam ganhar um novo patamar, além do comercial.
Em abril do ano passado, Lula esteve com Xi em Pequim. Na ocasião, foram assinados 15 tratados envolvendo os governos — um deles sobre a cooperação e colaboração de projetos de interesse mútuo, como parcerias público-privadas (PPPs), infraestrutura e captação de recursos. Também foram firmados 20 acordos comerciais entre empresas dos dois países.
Desde 2009, a China é o maior parceiro comercial do Brasil e uma das principais origens de investimentos em território brasileiro. Em 2023, a corrente de comércio atingiu o recorde de US$ 157,5 bilhões, com exportações brasileiras de US$ 104,3 bilhões e importações de US$ 53,2 bilhões, o que resultou em superávit brasileiro de US$ 51,1 bilhões. No ano passado, as transações com a China foram responsáveis por cerca de 52% do superávit comercial total brasileiro.
Os dois países comemoram, neste ano, o cinquentenário do estabelecimento das relações diplomáticas, que começaram em 1993 como Parceria Estratégica, e elevada a Parceria Estratégica Global em 2012.
(Agência O Globo)