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Chanceler afirma que há violência dirigida na Velezuela

"Não se pode falar em uma crise política ou de uma violência generalizada na Venezuela", disse Elías Jaua, chanceler venezuelano


	Manifestante: protestos deixaram várias dezenas de feridos e muita destruição em órgãos públicos e comércios da zona leste de Caracas (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Manifestante: protestos deixaram várias dezenas de feridos e muita destruição em órgãos públicos e comércios da zona leste de Caracas (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 17 de fevereiro de 2014 às 17h20.

Caracas - O chanceler venezuelano, Elías Jaua, disse nesta segunda-feira que na Venezuela não há nenhuma crise, mas sim uma violência dirigida causada por grupos violentos, e esclareceu que nenhuma das 13 pessoas que permanecem detidas após as manifestações destes dias será processada por isso.

"A situação real na Venezuela é que são grupos dirigidos que geram a violência no município Chacao do estado bolivariano de Miranda, no centro, e alguns elementos pontuais em duas ou três cidades do país", indicou Jaua em entrevista coletiva.

"Não se pode falar em uma crise política ou de uma violência generalizada na Venezuela", disse.

As manifestações que desde quarta-feira passada ocorrem em Caracas estão derivando em protestos violentos durante a noite contra edifícios públicos e privados por parte de encapuzados que o Governo e a oposição identificam com grupos infiltrados dos quais se responsabilizam mutuamente.

Estes protestos deixaram várias dezenas de feridos e muita destruição em órgãos públicos e comércios da zona leste de Caracas.

"Somos obrigados a garantir a paz e a estabilidade dos venezuelanos", indicou Jaua, ao afirmar que "ninguém pode pedir ao Estado venezuelano que se iniba de atuar frente a estes grupos fascistas previamente treinados".

O chanceler venezuelano explicou que "os 13 detidos que ainda permanecem à ordem da promotoria, não estão detidos por se manifestar contra o Governo", mas por porte de armas, pelo incêndio de patrulhas da Polícia Científica e pela tentativa de assalto à residência do governador de Táchira (oeste).

Jaua insistiu que se trata de uma "situação que pode ser controlada pelas autoridades competentes do Estado venezuelano".

"Não consideramos, portanto, a necessidade de nenhuma missão de organismo algum de vir à Venezuela", assinalou.

"A Venezuela e suas instituições democráticas, que estão fortes, estão plenamente vigentes, têm a capacidade neste momento de fazer frente aos focos fascistas que estão gerando a violência em nosso país", acrescentou.

Jaua, que em seus anos de juventude foi dirigente juvenil, elogiou o movimento estudantil que protesta pacificamente de maneira "totalmente válida" contra o Governo, mas ressaltou a diferença entre estas manifestações e as que ele liderava.

"Por trás do movimento estudantil ao qual eu pertenci, não havia dólares nem diretrizes estrangeiras, fazíamos com nossa própria consciência, nosso próprio amor a nossa pátria", indicou.

Nesse sentido, Jaua disse que "as formas de luta determinam o contexto" e que "na Venezuela não há razões neste momento para a luta violenta porque há plenas garantias para a discussão, para o debate".

Jaua acrescentou que os estudantes se reúnem permanentemente com os titulares de Interior e de Educação Superior e que nenhuma das manifestações pacíficas que ocorreram na quarta-feira em todo o país foi reprimida.

Três mortos e dezenas de feridos foi o saldo de enfrentamentos que ocorreram na quarta-feira após manifestações pacíficas de estudantes, em incidentes que Governo e oposição se acusam mutuamente.

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