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Cessar-fogo na Faixa de Gaza: troca de prisioneiros marca início do acordo

Negociações entre Israel e Hamas avançam em meio a tensões; troca gradual de reféns e prisioneiros é primeiro passo rumo à paz

Caminhões com ajuda da fronteira egípcia começam a entrar em Gaza (AFP)

Caminhões com ajuda da fronteira egípcia começam a entrar em Gaza (AFP)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 19 de janeiro de 2025 às 08h32.

Última atualização em 19 de janeiro de 2025 às 10h21.

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O cessar-fogo entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza entrou em vigor neste domingo, 19, às 11h15 no horário local (6h15, em Brasília), confirmou a oficina do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

Israel anunciou a medida nesta manhã após receber, por parte do Hamas, as identidades das três reféns que serão liberadas hoje como parte do acordo. As famílias das vítimas já foram notificadas.

As reféns, Romi Gonen, Doron Steinbrecher e Emily Damari, são todas civis. Gonen, uma israelense-romena de 24 anos, foi capturada durante o ataque ao festival de música Nova. Damari, de 28 anos, única refém com nacionalidade britânica, e Steinbrecher, de 31 anos, foram sequestradas no kibutz Kfar Aza.

Os nomes das reféns foram confirmados pelo porta-voz do braço armado de Hamas, Abu Obeida. Esse anúncio ocorreu após Israel ter comunicado que o início do cessar-fogo, originalmente previsto para as 8h30 pelo horário local (3h30 em Brasília), seria adiado até que as identidades das três mulheres fossem divulgadas pelo grupo islamista.

Mortes em Gaza e o impacto antes da trégua

O porta-voz da Defesa Civil de Gaza, Mahmud Basal, confirmou a morte de pelo menos 19 palestinos, além de 36 feridos, nas horas que antecederam o cessar-fogo, enquanto combates ainda ocorriam na região.

A trégua marca uma tentativa de redução das tensões na área, mas a população local ainda teme por novos episódios de violência. “Não há cessar-fogo de momento. Estamos todos em fogo”, relatou uma estudante de odontologia em Gaza, uma hora antes da trégua começar.

Troca de reféns por prisioneiros

A libertação das três primeiras reféns está programada para esta tarde, às 16h no horário local. Elas serão trocadas por cerca de 95 prisioneiros palestinos. No próximo domingo, mais quatro mulheres serão libertadas em um novo intercâmbio entre as partes.

O acordo, que prevê trocas semanais, estipula que o Hamas entregue a lista de reféns 24 horas antes de sua liberação. No total, a primeira fase do cessar-fogo, que deve durar 42 dias, resultará no intercâmbio de 33 reféns israelenses por cerca de 1.900 prisioneiros palestinos, incluindo indivíduos sob detenção administrativa e outros condenados por homicídio.

A partir do 16º dia desta fase, está previsto o início de negociações para a segunda etapa da trégua. Nessa etapa, será discutida a liberação de reféns do gênero masculino e o futuro da ocupação israelense na Faixa de Gaza.

Pressão popular e desafios diplomáticos

Enquanto isso, a pressão popular cresce em Israel. Na noite de ontem, milhares de israelenses protestaram em várias cidades, pedindo que Netanyahu acelere as negociações da segunda fase e não reinicie o conflito antes de garantir o retorno dos 94 reféns.

O acordo, embora seja um passo importante para uma possível resolução do conflito, ainda encontra desafios na execução e na busca por consenso entre as partes envolvidas.

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