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Cesp vê disposição do governo para resolver concessões

Concessões das hidrelétricas Jupiá e Ilha Solteira expiram em 2015 e somam quase 70% da capacidade de geração da empresa

Hidrelétrica Ilha Solteira, a maior da Cesp, está em discussão entre a empresa e o governo federal (Divulgação/Cesp)

Hidrelétrica Ilha Solteira, a maior da Cesp, está em discussão entre a empresa e o governo federal (Divulgação/Cesp)

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Da Redação

Publicado em 30 de março de 2011 às 14h18.

São Paulo - O novo presidente da Cesp, Mauro Arce, afirmou que o governo federal tem se mostrado "receptivo" para solucionar ainda este ano a questão das concessões de geração que expiram em 2015. O executivo, que assumiu o cargo no final de janeiro deste ano, se reuniu recentemente para discutir o tema com representantes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e do Ministério de Minas e Energia (MME). "O que me deixa otimista é que a questão foi colocada como prioridade", comentou Arce.

Para a Cesp, o tema é fundamental. As concessões das hidrelétricas Jupiá e Ilha Solteira, que somam quase 70% da capacidade de geração da empresa, expiram em 2015, e pela lei vigente não poderiam ser renovadas por uma segunda vez. "Esse é o nosso grande desafio. É uma data que está muito próxima, e enquanto isso não estiver resolvido, não temos como falar algo sobre o que vamos fazer", disse o executivo, sinalizando que essa situação tem paralisado a estatal paulista, quarta maior geradora do País.

Nesse contexto, Arce revelou que está previsto, na próxima semana, um encontro entre as principais empresas afetadas pelo tema, Cemig, Copel e as subsidiárias da Eletrobras, para discutir sobre a questão. "Como a maioria dos presidentes dessas empresas está entrando agora, a reunião é mais para atualizar sobre a questão", disse executivo, citando que o tema tem impacto relevante na operação de todas essas estatais.

Um dos impactos está na comercialização de energia. O executivo lembrou que algumas usinas com a concessão expirando em 2015 venderam a energia no mercado regulado, cujos contratos começam a se encerrar a partir de 2013. "Não está claro para ninguém se podemos vender essa energia até 2015 ou se poderíamos repassar o contrato depois do fim da concessão", argumentou Arce, citando que esse é um ponto relevante no debate.

Segundo Arce, o modelo ideal para a Cesp seria a renovação de suas concessões sem nenhum tipo de ônus, proposta difícil de ocorrer dada a intenção do governo federal de usar o tema para reduzir a tarifa de energia no País. O executivo lembrou, no entanto, que existem outros modelos que poderiam ser adotados para garantir a continuidade dos ativos com a Cesp. "Todas as empresas que foram privatizadas tiveram o regime mudado de serviço público para produtor independente", lembrou o executivo.

Investimentos

Enquanto isso não é definido e, como consequência, não se tem claro se a Cesp será ou não privatizada, Arce afirmou que a companhia segue investindo na modernização do seu parque gerador. Ele, porém, admitiu que a companhia teria condições de ampliar os seus investimentos, uma vez que, do ponto de vista financeiro, a Cesp é considerada hoje uma empresa saudável. "A empresa está com uma relação dívida líquida/Ebitda de 2,4 vezes. É uma empresa saudável. Mas ainda não sabemos o que vai acontecer", disse. Ebitda é o ganho antes de juros, impostos, depreciação e amortização.

O executivo participou da primeira reunião do Conselho Estadual de Política Energética, órgão criado pelo governo de São Paulo. Também presente ao evento, o secretario de Energia, José Aníbal, afirmou que ainda não há nenhuma novidade sobre a questão das concessões, mas que a aposta do governo de São Paulo é de que governo federal opte pela renovação, considerando os ganhos para modicidade tarifária.

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