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Cervejaria mais antiga do mundo é descoberta em necrópole de múmias

Com 5 mil anos, local de produção de bebida ficava em cidade que abrigou vastos cemitérios e templos no Egito; cerveja era usada em rituais

Templo do faraó Seti I, em Abidos, no Egito, onde foi descoberta a cervejaria mais antiga do mundo (Khaled DESOUKI / AFP/Getty Images)

Templo do faraó Seti I, em Abidos, no Egito, onde foi descoberta a cervejaria mais antiga do mundo (Khaled DESOUKI / AFP/Getty Images)

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Carla Aranha

Publicado em 19 de fevereiro de 2021 às 18h20.

Durante escavações recentes na antiga necrópole de Abidos, no Egito, conhecida por seus vastos cemitérios e templos, uma equipe de arqueólogos descobriu uma cervejaria de 5 mil anos, considerada a mais antiga do mundo. Segundo Mostafa Waziry, secretário geral do Ministério de Antiguidades do Egito, a produção de cerveja acontecia em grande escala no local.

Foram encontradas oito grandes áreas de produção de bebida, cada uma com 20 metros de comprimento por 2,5 metros de largura. As 40 bacias de cerâmicas descobertas enfileiradas tinham capacidade para armazenar 22.400 litros de cerveja.

Os arqueológos acreditam que a bebida foi criada não muito longe dali, na antiga Mesopotâmia (atual Iraque), e rapidamente adotada pelos egípcios. As primeiras cervejas provavelmente eram feitas com pão de cevada. 

"A cervejaria possivelmete foi construída em Abidos com o propósito de fornecer a bebida para rituais dos faraós que aconteciam durante os serviços funerários", disse o arqueólogo americano Matthew Adams, da Universidade de Nova York, que participou das escavações.

Abidos, que fica em uma região desértica a 540 quilômetros do Cairo, foi um dos centros religiosos e de uma das necrópoles mais importantes do antigo Egito, onde foi realizado o sepultamento de dezenas de múmias. O local guarda os templos dos faraós Seti I e Ramessés II, e o de Osíris, um dos deuses mais venerados da Antiguidade. De acordo com os arqueológos, a bebida provavelmente era utilizada em rituais e sacríficios às divindades.

O Egito tem investido mais fortemente em escavações arqueológicas desde o início da pandemia do coronavírus, com o objetivo de atrair visitantes. O turismo respondia por 12% do PIB do país antes da crise da Covid-19. A atividade costumava gerar em média 30 bilhões de dólares por ano e empregava cerca de 10% da força de trabalho. A expectativa é que as descobertas arqueológicas possam voltar a atrair turistas com o avanço da vacinação do mundo e a volta das viagens.

 

 

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