Mulher exibe cartaz a favor do presidente deposto do Peru, Pedro Castillo, durante protesto em Lima, em 8 de dezembro de 2022 (AFP/AFP Photo)
AFP
Publicado em 9 de dezembro de 2022 às 07h04.
Última atualização em 11 de dezembro de 2022 às 11h42.
Aos gritos de "fechem o Congresso!", cerca de mil manifestantes marcharam pelas ruas do centro de Lima na tarde desta quinta-feira, 8, exigindo também a libertação do ex-presidente Pedro Castillo, detido sob acusação de rebelião e conspiração pelo Ministério Público após um autogolpe fracassado.
O protesto se dirigiu à sede do Parlamento peruano, onde foi dispersado pela polícia com gás lacrimogêneo e onde ao menos três manifestantes foram presos.
"Pedro Castillo, o Peru está com você!" e "se não houver libertação, haverá revolução!" foram algumas das palavras de ordem ouvidas durante a marcha de cerca de dez quarteirões pelo centro histórico da capital, que foi guardado pelas autoridades.
A manifestação foi controlada pelas forças de segurança à noite, depois de alguns dos participantes terem incendiado barreiras de plástico para controlar a circulação de veículos.
Foi o maior protesto a favor de Castillo em Lima nas últimas 24 horas.
O ex-presidente está detido preventivamente em uma base policial a leste de Lima e permanecerá privado de liberdade por pelo menos sete dias por decisão de um tribunal, a pedido do Ministério Público.
Algumas faixas tinham a frase "Dina não me representa", em alusão a Dina Boluarte, que era vice-presidente de Castillo e foi empossada como presidente pelo Congresso na quarta-feira sob a lei constitucional peruana.
"Estou marchando para defender meu presidente Pedro Castillo, que foi destituído injustamente. Fizeram o impossível para tirar Castillo, desde o momento que ele entrou não o deixaram trabalhar", disse Mery Colque, de Cusco, enquanto ia para a sede do Legislativo.
Protestos a favor de Castillo também foram registrados em vários departamentos e cidades do interior do Peru, como Chota, em Cajamarca, cidade natal de Castillo, Trujillo, Puno, Ayacucho e Huancavelica.
O mandatário de esquerda foi derrubado pelo Congresso, dominado pela oposição de direita, depois de tentar dissolver o Legislativo e estabelecer um regime de exceção para governar por decreto.
A tentativa falhou após três horas, rejeitada pelos poderes públicos e instituições estatais.
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