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Cerca de mil homens ficam presos em mina na África do Sul

A falta de energia fez parar os elevadores e impediu que quase toda a equipe do turno da noite operando na mina Beatriz voltasse à superfície

Mina da Sibanye Gold: "Todos os funcionários parecem passar bem" (Mike Hutchings/Reuters)

Mina da Sibanye Gold: "Todos os funcionários parecem passar bem" (Mike Hutchings/Reuters)

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AFP

Publicado em 1 de fevereiro de 2018 às 17h06.

Cerca de 1.000 homens estavam presos debaixo da terra nesta quinta-feira em uma mina de ouro na África do Sul, após um corte de eletricidade provocado por uma tempestade.

"Houve uma tempestade na província de Free State (centro) que provocou um corte de eletricidade na mina (...) Ainda há 950 mineiros que devem retornar à superfície", declarou James Wellsted, porta-voz da sociedade Sibanye Gold, que administra a mina.

"Todos os funcionários parecem passar bem", acrescentou à AFP.

Segundo a empresa, a falta de energia fez parar os elevadores e impediu que quase toda a equipe do turno da noite operando na mina Beatriz voltasse à superfície. Apenas 60 mineiros conseguiram sair da mina.

Mas, de acordo com o Sindicato Nacional de Mineiros indicou, 800 trabalhadores estariam presos no poço número 3 e outros 300 no poço número 2, o que elevaria a 1.100 o número de envolvidos.

"Enviamos equipes de resgate e obviamente estávamos tentando trazê-los à superfície o mais rapidamente possível", explicou o porta-voz da Sibanye Gold.

"Proporcionamos comida e água" aos trabalhadores presos, garantiu à AFP.

Até o momento, não foi possível estabelecer a profundidade em que se encontram os trabalhadores. Contudo, as galerias mais profundas estão a cerca de 1.000 metros abaixo da superfície.

O porta-voz da empresa declarou que as equipes de resgate tentavam acionar geradores elétricos para poder fazer funcionar os elevadores.

Os geradores da mina que deviam ser ativados em caso de falta de energia elétrica não estavam funcionando, reconheceu Wellsted.

Ele explicou que está havendo dificuldades para colocar o sistema de ventilação para funcionar e "por enquanto estamos concentrados nisso".

A tempestade que atingiu a mina de Beatriz na noite de quarta-feira, cerca de 290 km a sudoeste de Joanesburgo, danificou a fiação da fonte de energia da mina.

Uma parte desta infraestrutura foi consertada durante o dia, acrescentou Wellsted.

A Associação dos Sindicatos de Mineradores denunciou "a falta de plano de resgate na mina em termos de fontes alternativas de eletricidade" e falou de "um incidente muito sério, levando em consideração o elevado número de mineiros presos".

De acordo com esta associação, os mineiros presos podem ficar sem alimento ou água muito rapidamente.

Por sua vez, a principal central sindical do país, Cosatu, pediu a abertura imediata de "uma investigação sobre este acidente" e exigiu que a empresa seja responsabilizada por negligência nesse evento.

Os acidentes no setor de mineração são frequentes na África do Sul, que tem as minas mais profundas do mundo.

Em 2015, 77 pessoas morreram em acidentes em minas, de acordo com a Câmara de Minas da África do Sul.

Em agosto do ano passado, cinco trabalhadores morreram em uma mina de ouro perto de Joanesburgo, soterrada por um deslizamento de terra.

Durante décadas, a mineração, em particular o ouro, foi o principal motor de crescimento para a economia sul-africana. No entanto, sua produção caiu recentemente devido ao esgotamento de suas reservas.

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