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Cerca de 800 mil pessoas voltam às ruas em Hong Kong

O ato coincide com os seis meses do início dos protestos e foi apresentado como a "última oportunidade" para Pequim responder às reivindicações

Protestos em Hong Kong: população voltou às ruas para atos contra o governo (Danish Siddiqui/Reuters)

Protestos em Hong Kong: população voltou às ruas para atos contra o governo (Danish Siddiqui/Reuters)

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AFP

Publicado em 8 de dezembro de 2019 às 11h04.

Em torno de 800 mil pessoas participaram, neste domingo (8), da manifestação pró-democracia em Hong Kong, uma das maiores já realizadas desde o início dos protestos neste território semiautônomo há seis meses - informaram os organizadores. O passeata foi batizada como "Marcha do Dia dos Direitos Humanos".

As pessoas foram às ruas para reforçar as reivindicações pró-democracia, que tomaram conta da região desde junho, e também para celebrar a data comemorativa, que será na próxima terça-feira.

"Há 800 mil pessoas participando do protesto", relatou Eric Lai, da Frente Cívica para os Direitos Humanos, ao anoitecer deste domingo, quando ainda havia milhares de manifestantes nas ruas.

A polícia de Hong Kong ainda não divulgou números de participação.

Esta marcha multitudinária coincide com os seis meses do início destes protestos e foi apresentado pelos ativistas como a "última oportunidade" dada a Pequim e às autoridades locais para responderem às suas reivindicações.

Desde junho, a ex-colônia britânica se encontra mergulhada em sua pior crise desde sua devolução a Pequim em 1997, com manifestações quase diárias para exigir reformas democráticas e uma investigação imparcial da atuação da polícia durante os protestos.

Hoje, a marcha foi iniciada no Victoria Park, localizado no distrito comercial de Causeway Bay e se dirigiu até Chater Road, próximo ao coração do distrito financeiro de Hong Kong.

Muitos dos organizadores levavam pequenas urnas, onde poderia ser depositado dinheiro, que será utilizado na assistência jurídica aos mais de 4 mil detidos até o momento devido participação em protestos.

Nos últimos seis meses, a polícia de Hong Kong disparou mais de 10 mil cargas de gás lacrimogêneo, o que gera apelo entre os ativistas, por causa dos males à saúde dos manifestantes. Além disso, está sendo solicitado que as autoridades revelem os ingredientes químicos da munição.

O governo local, no entanto, vem se negando a divulgar as informações, enquanto as autoridades de saúde não confirmam os possíveis prejuízos à saúde das pessoas que ficam em contato com a munição não-letal.

Hoje, não houve registro de confrontos, embora tenha sido montado um forte esquema de segurança para acompanhar os protestos.

Poucos antes do início da passeata, 11 pessoas foram presas e uma arma apreendida. Segundo a polícia, a ideia do grupo era utilizar o artefato para se defender, em caso de confronto.

Ainda antes da multidão se reunir, o governo de Hong Kong divulgou um comunicado, em que expressava a esperança de que as pessoas estariam nas ruas para mostrar os pontos de vista e lutar pelos direitos e liberdade, respeitando as demais pessoas.

De antemão, as autoridades locais anteciparam que qualquer ato violento e ilegal estava condenado.

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