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Cerca de 60 mil palestinos rezam na Esplanada das Mesquitas

Por causa da festa, o acesso à esplanada ficou proibido às visitas de judeus e turistas de qualquer outra religião


	Palestinos rezam durante Festa do Sacrifício na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém: "Não foi registrado nenhum incidente excepcional"
 (Reuters / Ammar Awad)

Palestinos rezam durante Festa do Sacrifício na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém: "Não foi registrado nenhum incidente excepcional" (Reuters / Ammar Awad)

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Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2015 às 11h44.

Jerusalém - Cerca de 60 mil palestinos foram nesta quinta-feira à Esplanada das Mesquitas de Jerusalém para as rezas do primeiro dia da Festa do Sacrifício (Eid al-Adha), que transcorre com normalidade apesar da tensão na região nas últimas semanas.

"Não foi registrado nenhum incidente excepcional", segundo confirmou à Agência Efe uma porta-voz policial após o fim das rezas, ao meio-dia.

Lotada como há tempos não se via, a esplanada abriga a terceira mesquita na hierarquia do islã, al-Aqsa, foco dos confrontos entre manifestantes palestinos e a polícia israelense na semana passada.

O xeque Azzam al-Khatib, chefe do Waqf Islâmico (custódio de lugares sagrados), calculou o número de participantes em aproximadamente 60 mil.

Israel, que ocupa essa parte da cidade santa desde 1967, suspendeu nas últimas horas uma parte das restrições de movimento que havia imposto à população palestina na Cisjordânia e Jerusalém Oriental no domingo por causa do feriado de Yom Kippur do calendário judeu.

Entre as medidas figuram prolongar o horário de abertura nas passagens de fronteira entre ambos os territórios - algumas permanecerão abertos o dia inteiro -, o livre acesso a Israel entre hoje e amanhã de qualquer casal palestino com ou sem filhos, e a possibilidade de viajar ao exterior pelo aeroporto internacional de Tel Aviv.

Além disso, o acesso à Esplanada das Mesquitas de Jerusalém fica permitido a todos os palestinos com carteira de identidade israelense e, no caso dos que vivem na Cisjordânia, aos homens maiores de 45 e mulheres maiores de 30.

Por causa da festa, o acesso à esplanada ficou proibido às visitas de judeus e turistas de qualquer outra religião, ao contrário do restante do ano, quando há uma cota variável de horas de visitas turísticas ao dia.

Nacionalistas judeus se aproveitaram dessas visitas para expressar sua reivindicação de um lugar que o judaísmo denomina Monte do Templo, por ser o local onde foi achado o templo bíblico de Jerusalém há dois mil anos, ato que gerou violentos protestos por parte de manifestantes palestinos nas últimas semanas.

Depois das rezas desta quinta-feira, dezenas de jovens caminharam pela esplanada para mostrar disposição a defender a famosa mesquita, alguns com camisas com mensagens como "al-Aqsa está em perigo", informou a agência local "Ma'an".

Os manifestantes carregavam bandeiras de países árabes e pediram a proteção deste lugar sagrado para o islã, após o presidente palestino, Mahmoud Abbas, alertar sobre o perigo de uma terceira intifada nos últimos dias.

Na semana passada, a polícia israelense entrou duas vezes na esplanada para expulsar dezenas de jovens palestinos que se instalaram no local com pedras e outros objetos, aparentemente para impedir as visitas de nacionalistas judeus.

A Festa do Sacrifício, ofuscada neste ano pela morte de mais de 700 peregrinos em um tumulto na cidade santa de Meca, na Arábia Saudita, é uma das mais importantes do calendário muçulmano.

Como o restante do mundo muçulmano, os palestinos sacrificam milhares de cordeiros em lembrança ao sacrifício de Ismail por Abraão, um costume que foi evitado na Faixa de Gaza palestina nos últimos anos pelos altos índices de pobreza e a impossibilidade conseguir os animais.

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