Gado: a ideia é conservar o maior número possível de raças locais, já que muitas delas são resistentes a males como a seca, ao calor extremo e as doenças tropicais (Gardel Bertrand/AFP Photo)
Da Redação
Publicado em 24 de outubro de 2012 às 12h31.
Roma - Cerca de 22% das raças de gado do mundo estão em risco de extinção, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que fez um apelo nesta quarta-feira em Roma para que os países tomem medidas para preservar a diversidade de gado domesticado de cada região.
Segundo um comunicado divulgado pela FAO, a sede do organismo na capital italiana recebe de hoje a sexta-feira uma cúpula em que participam representantes de quase 100 países que buscam soluções e analisam os resultados do Plano de ação mundial sobre os recursos zoogênicos, adotado em 2007 para fomentar a biodiversidade criadora de gado.
Na sessão de hoje, foram apresentados os resultados em 80 países da aplicação deste projeto, que tem como objetivo impulsionar a manutenção das raças autóctones de gado bovino, ovino e caprino, entre outras.
A ideia é conservar o maior número possível de raças locais, já que muitas delas são resistentes a males como a seca, ao calor extremo e as doenças tropicais que podem fazer estragos entre as cabanas de animais.
Por isso os responsáveis da FAO consideram que as raças nativas de certas regiões têm "um grande valor potencial" e que devem ser preservadas, e assinalam regiões como o Oriente Médio - onde vacas, ovelhas e cabras foram domesticadas pela primeira vez - e África como "berços da diversidade de gado doméstico".
O sucesso do programa para as raças ameaçadas é significativo nos países desenvolvidos, mas a FAO considera que muitos países da África, do Oriente Médio, da América Latina e do Caribe "ainda estão atrasados".
"A boa notícia é que, em média, os países que apresentaram relatórios começaram a pôr em prática metade das ações estipuladas no plano de ação mundial", disse a chefe de recursos zoogênicos do organismo das Nações Unidas, Irene Hoffmann.
Irene explicou que as medidas tomadas "vão de planos de conservação a pesquisas sobre pecuária e o desenvolvimento de políticas e marcos jurídicos que regulem a biodiversidade de gado doméstico".
As novas fases do projeto - continua a nota - serão financiadas pela Alemanha, pela Noruega e pela Suíça, que destinaram mais de US$ 1 milhão a oito projetos voltados a melhorar a gestão de recursos zoogênicos em 22 países.