Soldado com a bandeira do Sudão do Sul: forças do governo e rebeldes disputam o controle de uma região produtora de petróleo (Andreea Campeanu/Reuters)
Da Redação
Publicado em 14 de janeiro de 2014 às 21h00.
Juba - Dezenas de sul-sudaneses se afogaram quando a embarcação lotada na qual viajavam naufragou no rio Nilo Branco, perto da capital de uma região produtora de petróleo onde forças do governo e rebeldes disputam o controle, disseram autoridades nesta terça-feira.
Um porta-voz do governo disse que cerca de 200 pessoas morreram na tentativa de fugir dos confrontos em Malakal, um importante ponto de trânsito e centro administrativo do Estado do Alto Nilo.
Outro funcionário encarregado do socorro disse que não podia fornecer um número de mortos devido às precárias condições de comunicação com a região.
"O barco estava superlotado", disse Banak Joshua, o diretor-geral da gestão de desastres do Ministério de Assuntos Humanitários. Ele se recusou a dizer quantas pessoas morreram.
"A maioria das vítimas era crianças, porque os adultos provavelmente conseguiram se salvar nadando", disse ele à Reuters.
Os rebeldes liderados pelo ex-vice-presidente Riek Machar disseram nesta terça-feira que assumiram o controle de Malakal, que fica 530 quilômetros ao norte da capital, o que foi negado pelo governo do presidente Salva Kiir, que disse que seus rivais foram repelidos.
"Houve combates hoje até 17h. Os rebeldes foram repelidos", disse o porta-voz presidencial Ateny Wek Ateny, respondendo à reivindicação dos rebeldes, que foi feita à margem de negociações de paz em Adis-Abeba.
O porta-voz da Organização das Nações Unidas, Martin Nesirky, disse a repórteres em Nova York que, como resultado da violência desta terça-feira, o número de pessoas desabrigadas que buscam refúgio na base da ONU em Malakal quase dobrou para 20.000. Aproximadamente 1.000 soldados de paz no local, incluindo 110 policiais recém-chegados, estão protegendo os civis, disse ele.
O porta-voz presidencial sul-sudanês disse que 200 pessoas morreram após o barco naufragar e acusou os rebeldes de expulsar da cidade moradores em pânico. Nesirky afirmou que a missão da ONU no Sudão do Sul tentava verificar informações sobre vítimas do acidente.