China: Pequim tem se defendido contra críticas apontando que deu um aviso à OMS sobre possíveis novos casos de pneumonia que se espalhavam na cidade de Wuhan, em dezembro. (Thomas Peter/Reuters)
Isabela Rovaroto
Publicado em 18 de maio de 2020 às 10h42.
Última atualização em 18 de maio de 2020 às 11h24.
Cerca de 100 países se uniram para apoiar um pedido de investigação independente sobre a resposta inicial da China para a covid-19. O pedido acontece em meio à Assembleia Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), que começa nesta segunda (18) em Genebra. As informações são da CNN.
A resolução foi elaborada pela União Europeia e vem na esteira de um pedido da Austrália para que a China fosse investigada pela forma como lidou com a doença no início da epidemia. Até agora, a covid-19 já infectou mais de 5 milhões de pessoas no mundo, e matou mais de 300 mil.
Como era de se esperar, o pedido de investigação não foi bem recebido por Pequim, que já havia acusado a Austrália no final de abril de ser "altamente irresponsável" e que "poderia interromper a cooperação internacional no combate à pandemia e ir contra a aspiração compartilhada das pessoas".
A resolução criada pela União Europeia é considerada mais fraca que o pedido feito pelos australianos, que queriam identificar a responsabilidade da China na origem da pandemia. De acordo com a análise da CNN, essa pode ser uma manobra para fazer com que a maioria dos estados membros da OMS a apoiasse, principalmente aqueles, como a Rússia, com tradicionais laços com Pequim.
Fontes do governo australiano disseram que a linguagem utilizada na resolução feita pela União Europeia é forte o suficiente para "garantir que uma investigação adequada e completa fosse realizada".
A China não tem se oposto a uma investigação, mas disse que apenas apoiaria ações realizadas pela OMS. Desde o começo da pandemia, a Organização Mundial da Saúde vem sendo acusada por alguns países de ter sido influenciada pelo governo chinês.