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Cerca de 1 milhão de muçulmanos israelenses não poderão peregrinar à Meca

A decisão saudita também afeta peregrinos palestinos de Gaza, de Jerusalém Oriental e da Cisjordânia

Imagem de arquivo de muçulmanos durante a peregrinação à Meca: Medida ocorreu devido a uma mudança na política de passaportes na Arábia Saudita, segundo a imprensa de Israel (Suhaib Salem/Reuters)

Imagem de arquivo de muçulmanos durante a peregrinação à Meca: Medida ocorreu devido a uma mudança na política de passaportes na Arábia Saudita, segundo a imprensa de Israel (Suhaib Salem/Reuters)

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EFE

Publicado em 8 de novembro de 2018 às 13h45.

Jerusalém - Cerca de um milhão de árabes com nacionalidade israelense não poderão peregrinar à Meca ou fazer o 'hajj', um dos Cinco Pilares do Islã, após uma mudança na política de passaportes na Arábia Saudita, informou nesta quinta-feira a imprensa de Israel.

Salim Shalata, presidente do Comitê em Israel de Hajj e Umrah (esta última uma peregrinação menor que pode ser feita em qualquer momento e não é obrigatória), disse que os membros do comitê foram proibidos recentemente de entrar na Arábia Saudita, para onde viajavam para coordenar a peregrinação de centenas de árabes israelenses muçulmanos.

Apesar de nos últimos tempos ter ocorrido uma aproximação entre Israel e Arábia Saudita, os dois países não têm relações diplomáticas e os primeiros não podem viajar para esse país árabe.

No entanto, em 1978, o rei Hussein da Jordânia resolveu que os árabes israelenses (palestinos que ficaram dentro das fronteiras de Israel após sua criação em 1948) poderiam entrar no país, receber um passaporte jordaniano temporário para substituir o israelense e viajar de lá para a Arábia Saudita para uma peregrinação que os fiéis devem fazer pelo menos uma vez na vida.

"Riad informou à Jordânia que foi decidido não aceitar os passaportes jordanianos temporários dos árabes israelenses", disse Shalata, ao explicar que esse país tomou "de repente" esta decisão sobre o sistema de viagem "que funcionou durante 40 anos".

"Não temos nenhuma explicação para esta decisão repentina. Temos milhares de palestinos 'hajj' que já tinham se registrado para ir à Arábia Saudita neste ano", lamentou Shalata, afirmando que falou com "todas as autoridades na Jordânia e na Arábia Saudita para resolver a questão".

A decisão saudita também afeta peregrinos palestinos de Gaza, de Jerusalém Oriental e da Cisjordânia que têm passaporte temporário jordaniano, mas não engloba os que contêm identificações da Autoridade Nacional Palestina (ANP).

O jornal israelense "Haaretz" informou que especialistas acreditam que a medida talvez esteja relacionada com a possibilidade da Arábia Saudita permitir, no futuro, viagem para os muçulmanos de Israel com passaporte israelense, como uma forma de aproximação entre os países, embora não haja informações oficiais a respeito.

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