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Centro-direita vence eleição local italiana e pressiona o governo

Uma aliança da Força Itália e da anti-imigrante Liga Norte conquistou 55 por cento dos votos em Genoa, cidade do norte considerada um reduto da esquerda

Paolo Gentiloni: líderes de oposição afirmam que resultado de eleições municipais é sinal de que o primeiro-ministro deveria renunciar ao cargo (REUTERS/Anis Mili/Reuters)

Paolo Gentiloni: líderes de oposição afirmam que resultado de eleições municipais é sinal de que o primeiro-ministro deveria renunciar ao cargo (REUTERS/Anis Mili/Reuters)

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Reuters

Publicado em 26 de junho de 2017 às 10h26.

Roma - Partidos de centro-direita da Itália derrotaram os rivais de centro-esquerda em eleições municipais, segundo resultados oficiais divulgados nesta segunda-feira, pressionando o governista Partido Democrático (PD) antes de uma votação nacional prevista para ocorrer em menos de um ano.

Uma aliança da Força Itália, de Silvio Berlusconi, e da anti-imigrante Liga Norte conquistou 55 por cento dos votos em Genoa, cidade portuária do norte italiano que era um bastião da esquerda e que agora a direita irá governar pela primeira vez em mais de cinco décadas.

O líder do PD, Matteo Renzi, que vem ensaiando uma volta desde que renunciou como primeiro-ministro em dezembro, foi o grande derrotado da votação de domingo, embora as pesquisas mostrem que sua sigla ainda é uma das mais populares nacionalmente.

"Poderia ter sido melhor", disse Renzi em uma postagem no Facebook logo de manhã. "O resultado geral não é grande coisa. Algumas derrotas doem, começando por Genoa e L'Aquila", escreveu, referindo-se à outra cidade que foi um reduto da esquerda e que agora está nas mãos da direita.

O líder da Liga Norte, Matteo Salvini, disse que o desfecho em Genoa é prova de que o atual premiê, Paolo Gentiloni, perdeu o apoio do país e deveria entregar o cargo.

"Hoje Gentiloni deveria renunciar", disse Salvini. "Os italianos querem mudança".

A centro-esquerda governou a Itália durante quatro anos, tempo durante o qual a economia cresceu somente metade da média da zona do euro. Três premiês diferentes do PD tiveram dificuldade de proteger um sistema bancário estrangulado por empréstimos ruins e de lidar com meio milhão de imigrantes que chegaram ao país de barco oriundos da África.

O comparecimento de 46 por cento foi muito baixo para os padrões italianos -- muitos dos 4,3 milhões de eleitores registrados provavelmente preferiram ir à praia no domingo de verão do que às urnas.

A votação de domingo foi uma das últimas antes da eleição geral prevista para o final de 2018, mas pode não ser um indicador confiável do que irá acontecer então. O sistema de votação nominal usado no nível municipal, que favorece coalizões, pode não se repetir em nível nacional, no qual agora existe um sistema proporcional em vigor.

O resultado do final de semana pode ajudar a unir partidos de centro-direita que competem em nível nacional. Seu desempenho robusto leva a crer que, caso se unam sob um único líder, serão uma força respeitável na eleição geral.

"A centro-direita precisa estar unida para governar, não importa qual seja a lei eleitoral", disse Renato Brunetta, líder da Força Itália na câmara baixa do Parlamento.

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