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Centro Carter reafirma em relatório final que eleições na Venezuela foram antidemocráticas

Pleito foi realizado em julho de 2024 e foi questionado internacionalmente

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 19 de fevereiro de 2025 às 08h58.

Última atualização em 19 de fevereiro de 2025 às 09h11.

O Centro Carter, que participou como observador das eleições presidenciais na Venezuela em 28 de julho do ano passado, divulgou na terça-feira, 18, seu relatório final sobre o processo eleitoral e reafirmou sua posição de que a condução e o resultado do pleito “não podem ser considerados democráticos”.

“Devido à extraordinária recusa do Conselho Nacional Eleitoral em cumprir sua função mais básica de relatar com precisão os resultados (...) o Centro Carter conclui que as eleições venezuelanas de 2024 não atenderam aos padrões internacionais de integridade eleitoral e não podem ser consideradas democráticas”, disse a instituição no relatório.

A organização americana sem fins lucrativos, cujas equipes visitaram 68 seções eleitorais no dia da eleição, afirma ter testemunhado “um claro viés em favor do presidente em exercício” (Nicolás Maduro) durante o processo.

O Centro Carter também argumenta que, embora “o teste das máquinas de votação tenha sido geralmente transparente”, a situação se deteriorou “rapidamente” na noite da eleição.

“Em meio a alegações generalizadas nas redes sociais de que a oposição havia vencido por uma ampla margem, o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) anunciou que o presidente Maduro havia sido reeleito com 51,2% e que Edmundo González Urrutia havia obtido 44,2%”, disse a instituição.

O Centro Carter também acusou o CNE de não fornecer os resultados das seções eleitorais, alegando que o sistema havia sido "hackeado", enquanto as folhas de contagem obtidas pela oposição “mostravam uma vitória clara e convincente” para González.

Ainda de acordo com o Centro Carter, as autoridades venezuelanas foram “incapazes” de atender a várias condições fundamentais para uma eleição democrática: um órgão eleitoral imparcial e transparente; um registro de eleitores completo e não discriminatório; liberdade de campanha para partidos e candidatos; liberdade de imprensa; e livre concorrência, entre outros requisitos.

“O registro do principal candidato presidencial da oposição estava sujeito a decisões arbitrárias do CNE. A Plataforma Unitária não teve permissão para registrar a vencedora das primárias (da oposição), María Corina Machado, como candidata”, disse a organização.

O Centro Carter enviou 17 especialistas e observadores para a Venezuela a partir de 29 de junho, com equipes em Caracas, Barinas, Maracaibo e Valencia, onde se reuniram com “uma ampla gama de atores, incluindo o CNE, candidatos, partidos políticos e organizações da sociedade civil”.

“Embora o Centro Carter e outros na Venezuela, na região e no mundo tenham solicitado maior transparência para garantir que os resultados gerais anunciados correspondessem às evidências fornecidas por cada máquina de votação, o CNE se recusou a fazê-lo”, destaca o relatório da organização fundada pelo ex-presidente dos EUA Jimmy Carter.

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