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Centro-americanos pedem no México para ser recebidos nos EUA

Os migrantes improvisaram faixas de protesto com lençóis, helicópteros americanos seguiam do alto a movimentação

Imigrantes querem refúgio nos Estados Unidos (Ueslei Marcelino/Reuters)

Imigrantes querem refúgio nos Estados Unidos (Ueslei Marcelino/Reuters)

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AFP

Publicado em 25 de novembro de 2018 às 17h45.

Uns 1.000 migrantes centro-americanos, exaustos de estar há uma semana na cidade mexicana de Tijuana, se dirigiam em manifestação neste domingo (25) rumo a uma ponte fronteiriça para exigir aos Estados Unidos que os receba para apresentar seu pedido de refúgio.

Pela manhã, no abrigo onde se encontram 5.000 centro-americanos em condições de confinamento, enquanto alguns faziam enormes filas parar receber o café-da-manhã, outros se preparavam para protagonizar outra marcha até a ponte fronteiriça El Chaparral.

Na quinta-feira passada, eles fizeram o mesmo, enquanto do lado americano era realizado um exercício de segurança em que foram usadas bombas de gás lacrimogêneo.

Os migrantes improvisaram faixas de protesto com lençóis, nos quais desenharam bandeiras de México, Honduras e Estados Unidos, enquanto alguns outros escreveram lemas como "#Todos somos hermanos" (Todos somos irmãos, "Gracias México por albergar a nuestros hijos" (Obrigado México por abrigar nossos filhos), "Trump no somos tus enemigos" (Trump, não somos seus inimigos).

Helicópteros americanos seguiam do alto a movimentação no abrigo, localizado muito perto da cerca que separa Tijuana de San Diego, na Califórnia.

Esta estreita vigilância é parte do dispositivo de segurança mobilizado pelo presidente americano, Donald Trump, que acusa os centro-americanos de pretenderem invadir os Estados Unidos depois de cruzar o México em uma gigantesca caravana.

O abrigo também era resguardado por policiais federais e locais na previsão de que grupos locais contrários aos migrantes cheguem a se manifestar, como ocorreu na semana passada.

A paciência dos centro-americanos, a grande maioria hondurenhos, chega ao limite ao perceberem que poderá levar meses até que possam cruzar a fronteira para pedir refúgio com o argumento, principalmente, de que fogem da pobreza e da violência em seus países.

À medida que se acentuam as tensões em Tijuana, Trump pressiona o México para que aceite que os centro-americanos permaneçam em seu território enquanto aguardam que se resolva seu pedido de refúgio.

No sábado, o jornal The Washington Post publicou que os Estados Unidos e o próximo governo mexicano que será chefiado pelo esquerdista Andrés Manuel López Obrador se encaminham para um acordo sobre o tema.

Olga Sánchez Cordero, atual senadora e futura ministra do Governo (Interior), citada pelo jornal americano para confirmar o acordo, informou em um comunicado que nenhum pacto foi fechado ainda, que o novo governo vai assumir em 1º de dezembro e que tem uma política de "braços abertos" aos migrantes, com ênfase especial na defesa dos direitos humanos.

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