Bengasi - Centenas de líbios enfurecidos atearam fogo a vários exemplares do Livro Verde, o manifesto político do dirigente Muamar Kadhafi, na localidade de Benghazi, o reduto da oposição líbia.

Agitando bandeiras e gritando slogans para pedir a renúncia do líder líbio, no poder há 42 anos, homens e mulheres queimaram centenas de exemplares da obra que é uma compilação das ideias de Kadhafi, publicada em 1977.

Também jogaram fotografias do "guia da revolução" nas chamas e exibiram cartazes com dizeres como "não ao extremismo", "sim à liberdade de imprensa" e "sim a uma Constituição". Perto dali, as mulheres emitiram gritos de alegria típicos dos árabes.

"Hoje, queimamos as últimas cópias deste livro no setor leste", afirmou um funcionário do ministério da Saúde, Saleh Nabus, de 40 anos.

"Durante os últimos 42 anos, fomos induzidos ao erro pelas ideias de Khadafi", afirmou um empresário, Selim al Labidi.

Em 1977, Kadhafi proclamou a "Jamahiriya", que define a Líbia como um "Estado de massas" que ele governa através de comitês populares eleitos, atribuindo a si o título de "Guia da Revolução".